Economia

Época ruim para o produtor

Com os preços elevados do milho, criadores não obtêm lucros.

A carne suína faz parte do cardápio de grande parte da população brasileira. Mas os preços cada vez mais ‘salgados’ têm assustado muitos consumidores.

Nos supermercados, os preços da carne de porco têm oscilado bastante nos últimos meses. No Giassi de Tubarão, por exemplo, o quilo da dianteira suína custa R$ 6,10.

O técnico em manutenção elétrica Tarcízio Pereira Júnior é um admirador deste tipo de carne. Não pode faltar no churrasco do fim de semana. Para este, inclusive, já está tudo comprado. “Sempre tem que ter um porco assado”, conta Tarcízio. Ele também lembra que a carne suína aumentou nos últimos anos e que antes era mais fácil de adquirir o produto. “Espero que diminua logo”, torce o técnico.

Mas, ao contrário do que espera Tarcízio, o preço da carne da suína não vai diminuir. Por outro lado, também não haverá novos aumentos. “Os preços devem continuar como estão”, prevê o sub-gerente do Giassi na Cidade Azul, Aladim Rocha Jesus.

A situação não é a mesma para os produtores. Conforme o presidente regional sul da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Adir Engel, o trabalho do suinocultor não tem compensado. “Eles têm trabalhado praticamente sem lucro”, explica Adir.

O produtor vende o quilo do suíno vivo por R$ 2,40 e compra o milho, alimento necessário para a criação, a R$ 29,00. “Felizmente, o preço do milho deu uma caída e deve cair mais ainda”, comemora o presidente. Para que ocorra lucro para o criador, o preço do quilo do suíno vivo deve ser em torno de R$ 2,60 e do milho R$ 26,00.


Vem aumento no fim do ano


A estiagem no oeste de Santa Catarina ainda não afetou a suinocultura no sul do estado. Por enquanto, a oferta de milho produzida na região é capaz de suprir a demanda. Isso porque muitos criadores ainda tinham o produto estocado.

Nem todas as cidades do oeste catarinense enfrentam a seca, algumas ainda continuam com a plantação. De acordo com o presidente regional sul da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Adir Engel, o problema com a falta de milho só vai ocorrer no período de entre safra, no fim do ano. “Vamos ter que importar mais quantidade do produto de outros estados, o preço da produção irá aumentar”, explica.

Com esta elevação no custo da criação do suíno, o preço para o consumidor tende também a ser mais alto. E, mesmo com o aumento no suíno, tem muita gente que não vai deixar de levar o produto para casa. “Eu gosto da carne e dificilmente vou deixar de comprar”, revela o técnico manutenção elétrica Tarcízio Pereira Júnior.

Notisul