O policial militar aposentado de Tubarão que está preso em Porto Alegre (RS) suspeito de matar cinco pessoas da mesma família na capital gaúcha, incluindo o próprio filho, um bebê, prestará depoimento pela primeira vez no começo desta semana.
Detido na Cidade Azul no dia 9 de junho, o homem de 52 anos é o principal suspeito pela morte de Luciane Felipe Figueiró, de 32 anos, o filho deles, Miguel, recém-nascido, o outro filho de Luciane, João Pedro Figueiró, de cinco anos, além de sua mãe, Lourdes Felipe, 64 anos, e seu irmão, Walmyr Felipe Figueiró, 29 anos.
Eles foram encontrados mortos dentro da casa da família no último dia 2 de junho, na Zona Norte de Porto Alegre, todos executados a tiros, com exceção do bebê, que morreu provavelmente asfixiado debaixo do corpo de sua mãe.
Para a polícia, o caso ainda está longe de ser solucionado. Mas uma coisa é certa: o policial militar não estava contente em ser pai. E ele não era o único. Informações que vieram à tona na última semana revelaram que uma mulher de Tubarão parente da família assassinada e com quem o suspeito mantinha relacionamento também teria demonstrado insatisfação ao saber que Luciane estava grávida.
A mulher em questão é prima de Luciane e se relacionava com o suspeito há anos. No dia em que o bebê nasceu, no Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Tubarão, ela teria entrado no local com uma tesoura nas mãos, enfurecida, e teria xingado sua prima. O caso foi registrado em um boletim de ocorrência.
A reportagem perguntou ao chefe do Departamento de Homicídios de Porto Alegre, o delegado Paulo Grillo, se o episódio levanta suspeitas sobre a participação da prima de Luciane na chacina. “Tudo é possível”, respondeu o delegado, que fez questão de ressalvar que “as investigações avançaram pouco desde a prisão do suspeito” e de que o caso continua complexo.
A prima de Luciane já foi ouvida por uma delegada em Tubarão. Sobre o caso no hospital, ela teria argumentado que entrou no local com uma tesoura porque queria cortar um pedaço de cabelo do bebê para o teste de DNA – o policial suspeito pediu um teste de paternidade quando Luciane estava prestes a ganhar a criança. “Achamos isso estranho, pois todo o material para o teste já tinha sido coletado”, comentou o delegado Paulo Grillo.
No entanto, ainda segundo o delegado, os únicos fatos concretos até o momento são as mensagens com ameaças enviadas pelo policial militar para Luciane, o que fez com que a polícia pedisse a prisão temporária dele. “Isso é o que temos de mais conclusivo até o momento. É a nossa principal linha, mas nada pode ser descartado. Repito: é um caso muito complexo.”
A família morta em Porto Alegre tem muitos parentes em Tubarão, para onde costumava viajar com bastante frequência. Foi na Cidade Azul que Luciane conheceu o suspeito, que se relacionava com sua prima, acabou se envolvendo com ele e engravidou.
Com informações do Jornal Diário do Sul