Segurança

Polícia Civil desarticula comércio de baterias furtadas para som automotivo no Sul do Estado

Em três dias, sete pessoas foram presas e mais de 100 equipamentos utilizados em torres de telefonia móvel, recuperados.

Fotos: Polícia Civil/Equipe de Segurança das Empresas de Telefonia

A Polícia Civil, através da Divisão de Investigação Criminal – DIC, de Araranguá desarticulou uma quadrilha responsável pelo comércio de baterias furtadas de centrais de telefonia no Sul do Estado. Os equipamentos eram utilizados no comércio de som automotivo, bastante procurado por jovens na região. A operação iniciou na segunda-feira (03), resultando na prisão de sete pessoas e a recuperação de 112 baterias furtadas.

Todo o trabalho de investigação foi coordenado pelo delegado de polícia Lucas Rosa, juntamente com a equipe de segurança das empresas de telefonia do Sul do Estado.

Segundo a investigação, o comércio de baterias iniciava com o furto delas nas centrais de telefonia móvel na região. Instaladas junto às torres, os equipamentos eram retirados dos compartimentos por profissionais que prestaram serviços para as operadoras.

As primeiras prisões

Na segunda-feira (03), foram realizadas as prisões dos primeiros receptadores. A Polícia Civil descobriu que as baterias estavam sendo comercializadas em sites e redes sociais com preço abaixo do mercado. No primeiro momento, 24 baterias foram encontradas instaladas em uma “carretinha” de som automotivo na casa de um receptador no bairro Operária, em Araranguá.

Sem nota fiscal, o acusado revelou que comprou os equipamentos do proprietário de uma loja na área central da cidade. Ao chegarem ao estabelecimento indicado, o lojista confirmou a venda e também foi detido. No mesmo dia em Turvo, mais um receptador foi preso. Com ele, a PC encontrou 29 baterias que já estavam instaladas em uma “carretinha de som”.

Fotos: Polícia Civil/Equipe de Segurança das Empresas de Telefonia

A prisão dos fornecedores

Os dois criminosos de 20 e 39 anos, responsáveis pelos furtos, foram presos nesta terça-feira (04) após um cerco policial na BR-101, próximo a Araranguá. Eles foram flagrados saindo de uma das torres de telefonia na cidade de Sombrio e se dirigiam para São João do Sul para outro furto. No carro, a Polícia Rodoviária Federal – PRF, juntamente com a Civil, encontraram ferramentas e quatro baterias furtadas. Ainda no final do dia, outro receptador foi preso com outras quatro baterias.

“Os responsáveis pelos furtos são de Criciúma e são ex-funcionários de uma empresa terceirizada pelas próprias operadoras de telefonia móvel. Tinham acesso às baterias e sabiam como montar e desmontar as estruturas. Possuíam as ferramentas e tinham acesso aos compartimentos onde as baterias ficavam. Um deles inclusive foi preso trajando a roupa da empresa que não trabalhava mais. O objetivo era iludir os policiais, caso fossem abordados”, conta o delegado.

Foto: PRF

Representante da região

Ainda no final da terça-feira (04), os policiais prenderam um receptador e representante na região da quadrilha para a venda das baterias. Com ele, outras quatro baterias foram encontradas. “Este receptador de Forquilhinha era amigo dos dois criminosos responsáveis pelos furtos. Ele revendia as baterias para comerciantes e demais interessados no extremo sul catarinense”, conta o delegado Lucas.

Mais prisões

Nesta quarta-feira (05), a Polícia Civil foi à busca de outro receptador, novamente na cidade de Turvo. “Cruzamos informações dos envolvidos e descobrimos este outro receptador”, relata o delegado. Com ele, outras 27 baterias foram encontradas já instaladas em outra “carretinha de som”, estacionada em um posto de combustíveis.

No final do dia, o empresário da loja de som detido na segunda-feira, resolveu entregar o restante das baterias que estavam com ele junto à Delegacia de Polícia Civil.

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O mercado ilícito do som

As baterias utilizadas no sistema de telefonia possuem potência diferençada e, por isso são utilizadas na instalação de som automotivo de grande potência. Segundo os técnicos das operadoras, cada bateria custa R$1.096, dependendo da potência. No comércio ilegal, elas são comercializadas entre R$250 e R$300.

Para a PC, a descoberta da quadrilha especializada foi uma surpresa. “A gente começou a ter essa revelação e entramos neste mundo para compreender qual era a finalidade dessas baterias. Todos estes furtos abastecia exclusivamente o mercado de som automotivo. Uma grande revelação para nós no decorrer das investigações. Existem varias pessoas interessadas em adquirir esses equipamentos”, conta Lucas.

Comprar e vender configura crime

“Todas as pessoas que comprarem essas baterias responderão por receptação. Já estão adquirindo um produto ilícito e configurando. Quanto aos comerciantes, estes responderão de forma ainda mais grave”, finaliza o delegado Lucas.

Operação e denúncias continuam

A Polícia Civil não descarta novas prisões no decorrer dos próximos dias. Quanto à denúncias, podem ser realizadas através do telefone 0800 282 5531 ou ainda pelo 190 da Polícia Militar. O anonimato é garantido.

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