Segurança

Polícias Civil e Militar estão em alerta devido a possíveis ataques

A onda de ataques realizada por criminosos e que aterroriza São Paulo chegou a Santa Catarina

A onda de ataques realizada por criminosos e que aterroriza São Paulo chegou a Santa Catarina. Entre segunda-feira e a madrugada de terça-feira, pelo menos quatro ônibus e dois carros foram incendiados. Na região, as polícias Civil e Militar estão em alerta, intensificando ainda mais as operações.

Segundo o comandante do 5° Batalhão de Tubarão, tenente-coronel Ângelo Bertoncini, uma nota foi enviada pelo Estado solicitando aumento de atenção e cuidados básicos com a segurança pessoal. “Através da Central Regional de Emergência (CRE), demos um alerta geral aos policiais. Já estávamos realizando operações, mas agora intensificamos o policiamento ostensivo. São viaturas em mais áreas, mais barreiras e varreduras. Todos foram orientados para ter mais cuidado durante as abordagens”, aponta o comandante.

Bertoncini também explica que as ações, além de tentar impedir possíveis ataques na região, são para tentar localizar criminosos que possam seguir para o Sul. “O Serviço de Inteligência também está nas ruas para isso. Os nossos policiais estão bem equipados e bem armados. Este é o nosso trabalho e faz parte da nossa profissão, mas as leis deveriam ser mais rígidas, proteger a população, e não deixá-la à mercê de criminosos”, declara Bertoncini.

Bombeiros

Um alerta da Inteligência da Secretaria de Segurança Pública também foi encaminhado para os Bombeiros Militares de Santa Catarina (CBMSC) por volta das 21h de segunda-feira. De acordo com a informação repassada para toda a rede do CBMSC pelo major Marco Aurélio Gonçalves, foi solicitado que a vigilância nos quartéis fosse intensificada, assim como os cuidados no atendimento à ocorrência de incêndio em ônibus coletivos.

Ônibus, viaturas e prédios são alvos

Conforme matéria publicada pelo jornal Diário do Sul, o primeiro ataque foi registrado em Santa Catarina às 16h40 de segunda-feira, quando um ônibus foi incendiado em Saco dos Limões, em Florianópolis. Até o fim da tarde de terça-feira já haviam sido incendiados quatro ônibus e dois carros, além de terem sido alvos de tiros uma base da Polícia Militar e um presídio.

Somente em Florianópolis foi ateado fogo em três ônibus, um em Saco dos Limões, outro no Canto do Lamim e um em Canasvieras. Uma viatura da Polícia Civil e um carro particular de um policial militar também foram incendiados. Em Palhoça, a base da PM na Barra do Aririú foi alvo de tiros.

Em Blumenau, um ônibus foi destruído e disparos foram efetuados contra a guarita do presídio. No município, dois jovens foram presos em flagrante e confessaram participação no crime. Eles disseram à polícia que foram coagidos por traficantes a participar do ato, pois estavam em dívida com os traficantes da região.

Em coletiva realizada na terça-feira, a alta cúpula da segurança em Santa Catarina disse não ver ligações entre os fatos e a morte da agente prisional Deise Fernanda Melo Pereira, assassinada no final do mês passado quando chegava em casa, em São José. “Reconhecemos que pode haver ações típicas do crime organizado com origem dentro do sistema prisional. No entanto, sabemos que muitas dessas ações são praticadas por indivíduos e grupos que se aproveitam deste contexto para realizar seus objetivos e interesses. Não falamos em sigla de facção criminosa”, afirma secretário César Augusto Grubba.

Ordens através de mensagens de celular

Uma mensagem enviada por membros da facção criminosa denominada Primeiro Grupo da Capital (PGC), ordenando os ataques, teria ido parar no celular de um funcionário terceirizado do sistema prisional de Florianópolis. O conteúdo foi divulgado pela Agência de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública.

A mensagem dizia: “Então os irmão que tão no mundão, é pra sair pra pista e sentar o dedo nesses vermes do Deap e taca fogo no busão, em resposta a covardia em São Pedro, é o salve geral (sic)”. O conteúdo vazou ao ser encaminhado para a investigação, mas ainda não se sabe por que a mensagem foi parar no celular do agente.