Geral

Poluição é a maior preocupação da FAMA e do Samae com relação ao abastecimento de água

Se em São Paulo o abastecimento de água sofre racionamento, em Araranguá ele está garantido, ao menos, pelos próximos 20 anos

A falta de água no Sudeste brasileiro, principalmente em São Paulo, com o nível baixo do reservatório Cantareira, preocupa os moradores daquela região. Enquanto uns dizem que a culpa de uma das maiores secas da história estar ocorrendo é devido à falta de planejamento, outros colocam a culpa em São Pedro.

E se está faltando água nos nossos vizinhos paulistas, como está a situação em Araranguá? A reportagem do Sul in Foco quis saber qual a real probabilidade de uma crise, no abastecimento de água, vir a ocorrer na Cidade das Avenidas.

Conforme o superintendente da Fundação Ambiental do Município de Araranguá – FAMA, Paulo Simon, a cidade é privilegiada com as nascentes e lagoas que possui, e hoje não corre o risco de sofrer uma seca. “Temos água em abundância. Nossa maior preocupação é com a poluição dessas águas”, comentou.

Um dos açudes mais importantes dentro da bacia hidrográfica de Araranguá é o Belinzoni. Ele é responsável pelo abastecimento de aproximadamente 60% da cidade, conforme informações do Serviço Autônomo de Água e Esgoto – SAMAE. No entanto, a urbanização em direção do lago preocupa o superintendente.

“Porque ele está no meio da cidade. Tem algumas empresas que hoje, inclusive, estão com dificuldade de licenciamento, justamente pela nossa preocupação com a pureza da água”, afirmou.

Para o diretor do Samae, Everson Casagrande, o Polaco, hoje não há problemas com os mananciais da cidade. “O nível da água está alto”, disse. “Se os períodos de chuva continuar normal, teremos água pelos próximos 20 anos”, defendeu.

Além do Belinzoni, o Samae também utiliza a água da Lagoa da Serra para abastecimento. O Morro dos Conventos utiliza às águas do Lago Dourado. Já Ilhas e Hercílio Luz, os moradores utilizam ponteiras. “Esse é o sistema de hoje”, salientou Casagrande.

Apesar da notícia, para o hoje, ser animadora. Casagrande acredita que no futuro a cidade terá que buscar alternativas para abastecimento “até pelo fato do crescimento da cidade, e também de ser natural que os lagos e açudes sumam com o tempo”, ressaltou.

Alternativas

E há alternativas? De acordo com os órgãos públicos: sim. Hoje o município utiliza toda a capacidade do Belinzoni e parcialmente a Lagoa do Caverá, mas possui diversos outros lagos, como o açude Manoel Angélica, no bairro Jardim Cibele, e a Lagoa do Caverá, no Fundo Grande. “E ainda tem a probabilidade, para o futuro, de sair a barragem do Rio do Salto, o que poderia abastecer Araranguá”, apontou Casagrande.

Alertas

Não estarmos em crise hídrica, não significa que os excessos devam continuar por parte da população. Um dos problemas que mais afetam e colocam em risco as águas limpas dos mananciais, são as ligações clandestinas das fossas na rede pluvial do município. “Tem um cultura na cidade, das pessoas acharem que podem ligar suas fossas na rede pluvial, e isso não pode, pois a água acaba indo para esses mananciais, comprometendo essa água”, informou Simon.

Além disso, manter a torneira fechada ao escovar os dentes; ao se barbear; lavar a louça; tomar banhos rápidos; não deixar que ocorram vazamentos; entrar em contato com o Samae, caso perceber vazamentos na rede externa e reutilizar água sempre que possível, são algumas dicas preciosas para o consumo sustentável da água, e claro, para a economia do contribuinte.

[soliloquy id=”108930″]