Proliferação da espécie foge do controle. Autoridades reúnem-se para pensar na melhor forma de garantir a segurança e a saúde pública
É cada dia mais comum ver capivaras no meio das ruas, em Tubarão. E não se trata de um animal, geralmente andam em bandos com cinco, dez, 20 animais. E esta é uma características da espécie. Capivaras não são solitárias. Elas vivem em grandes grupos familiares.
Seria um fato interessante se não houvesse um problema: elas causam acidentes no trânsito e trazem doenças que podem ser letais ao ser humano, caso da febre maculosa, uma enfermidade transmitida pelo carrapato. Por lei, as capivaras não podem ser caçadas. E isso resulta na sua proliferação desordenada da espécie.
O vereador Deka May (PP) solicitou um requerimento para que órgãos ambientais tomem atitudes a respeito. O pedido foi acatado pela regional da Fundação do Meio Ambiente (Fatma) em Tubarão. Segundo o diretor técnico do órgão estadual, Rodrigo Dandolini, estão em tratativas para criar medidas de controle que possam trazer melhorias à qualidade de vida dos tubaronenses, mas também garantir a segurança dos roedores.
“Não podemos esquecer que nós, humanos, é quem tomamos conta do espaço das capivaras. Elas estavam aqui muito antes de chegarmos. Além disso, a beira de rios é o habitat natural do espécie”, considera o diretor técnico. É baseado neste princípio que Rodrigo irá propor, durante a reunião marcada à próxima semana, que os animais sejam levados a um lugar onde possam viver tranquilamente.
“Formaremos um grupo com profissionais como geólogo, engenheiro agrônomo e veterinário, entre tantos outros, para que possamos pensar em sugestões viáveis para todos”, antecipa o profissional.
O grupo de roedores
As capivaras são roedores que vivem em grupos familiares com 20 ou mais indivíduos, geralmente composto por um dominante, várias fêmeas adultas com filhotes e outros machos subordinados. Estes animais são comumente encontrado onde existe água em abundância, como margens de rios e lagoas. Os roedores alimentam-se de vegetação rasteira e aquática.
Para a espécie, a água é sinônimo de segurança. Quando sentem-se ameaçadas, especialmente quando existem muitos filhotes no grupo, o bando nadam até escapar. As capivaras são exímias nadadoras e podem ficar submersas por vários minutos.
O período de atividade da espécie varia conforme o local onde vive. Nas cidades, com o agito, elas costumam ser vistas ao longo do dia. Nos períodos quentes, elas modificam um pouco os hábitos e aparecem mais ao fim do dia.
Assunto é questão de saúde pública
Para o diretor técnico da regional da Fundação do Meio Ambiente (Fatma) em Tubarão, Rodrigo Dandolini, o maior problema para a sociedade não é a quantidade de capivaras, mas o risco que as pessoas têm por viver tão próximo delas.
“Elas andam por todos os lados, atravessam a rua, vão para o quintal das pessoas. Quem cultiva plantação em casa reclama que os animais devastam quase tudo”, relata.
O vereador Deka May (PP) conta que há relatos de pessoas que sofreram acidente por causa das capivaras. O registro é mais comum entre os motociclistas. “Também é comum encontrar animais mortos às margens da BR-101”, acrescenta.
Ele levanta uma questão muito preocupante: as capivaras transmitem doenças que podem ser letais ao homem. “Elas têm carrapatos que se as pessoas tiverem contato pode transmitir enfermidades como a febre maculosa, uma doença letal”, enfatiza.
Lily Farias/Notisul