Economia

Preço do queijo sofre aumento de até 30% nos mercados

Foto: Daniel Búrigo / Clicatribuna

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Os preços fixados nas embalagens assustam os clientes que costumam consumir queijo frequentemente. O item sofreu um aumento considerável nos últimos dias, de forma que se pode encontrar bandejas de 250 gramas sendo vendidas em torno de R$ 10 nos supermercados. Comparado ao mês anterior, o preço do produto subiu de 20% e 30%, com o quilo variando entre R$ 25 e R$ 37,90, conforme as marcas.

O aumento no alimento se deve a redução da oferta de leite no mercado econômico interno, o que, consecutivamente, valoriza os produtos derivados da matéria prima. De acordo com o gerente de compras do Giassi, Luciano José Zanolli, dentro da rede o aumento tem sido percebido gradativamente a cada semana. “Os que mais são impactados são os queijos prato, mussarela e o colonial, porque nesses o leite é a matéria prima essencial. Os queijos mais finos tiveram um aumento menos significativo”.

Além da pouca oferta do leite, a grande procura pelo queijo acaba fazendo com que as indústrias supervalorizem o produto para lucrarem mais. Conforme o gerente comercial do Bistek, Fellipe Guislandi, a demanda continua grande na compra de queijos e derivados. “Importamos alguns queijos, de forma que conseguimos baratear um pouco mais nossas opções. Mas, a indústria nacional não baixa os valores porque o consumo continua igual. É um efeito cascata, se fosse refreado seria diferente”.

Mas, nos corredores, os consumidores nem sempre optam por levar a mercadoria ao conferir o preço tabelado. No caso de Terezinha Marlene Costa, a opção foi levar um produto mais em barato que aquele que costuma levar frequentemente. “Esta muito caro e é um problema para os bolsos, já que todos passam por essa crise. Nesse caso, tem que escolher aquele que está mais em conta, que nem sempre a qualidade é tão boa quanto o do outro”, disse enquanto escolhia.

Inflação deve continuar

Quem gosta de laticínios deverá escolher bem ou substituir os itens se quiser economizar. Conforme o economista Ênio Coan, a previsão é que os valores venham baixar apenas a partir de setembro ou outubro. Isso porque, a oferta está diretamente ligada ao tempo. “O cenário só vai regularizar quando as pastagens começarem a crescer novamente e a produção de leite ser retomada. O queijo e o leite são produtos sazonais. No inverno, é natural que a quantidade dos produtos caia em torno de 50% em nossa região. Esse ano, com as geadas, as pastagens queimaram ainda mais, prejudicando a produção”, diz.

No caso do queijo, o aumento dos preços se torna ainda maior porque com a baixa oferta do leite, a prioridade do mercado é fornecer a matéria prima in natura, ou invés de investir nos derivados.

Leite em SC

Há aproximadamente 10 anos a produção de leite não se mostrava tão escassa quanto o registrado nesse período de inverno. Conforme o analista econômico da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina – Epagri/Cepa, Tabajara Marcondes, o preço médio do litro do leite na região Sul estava por R$ 1,16 em junho, enquanto em Santa Catarina chegou à R$ 1,18. Para esse mês, a previsão é que sofra um novo aumento, em até R$ 0,12 na região. “Pela primeira vez em quase uma década a produção de leite está sendo menor que a do ano anterior”, enfatiza.

Com informações de Denise Possebon / Clicatribuna