Ingrediente quase que indispensável na mesa, o tomate é uma das saladas preferidas do brasileiro. Só que mantê-lo na lista de compras está cada vez mais difícil. Em um dos supermercados de Criciúma o quilo do produto pode ser encontrado por até R$ 6,95. Em supermercados de São Paulo, a R$ 9.
Os altos valores chegaram a virar piada nas redes sociais. Em uma delas, um homem encapuzado em meio a tomates está ao lado de uma caixa eletrônico com a seguinte mensagem: Extra: Produto Valorizado – Caixa eletrônico já era. O lance agora é caixa de tomate.
Em outro post, com mais de 2,5 mil compartilhamentos e quase 950 curtidas, um carro forte chega ao supermercado com dois seguranças e a carga valiosa é nada menos que o tomate.
De acordo com o engenheiro agrônomo da Epagri de Criciúma, Darlan Marques, responsável pelo projeto de olericultura, a alto no preço do produto está relacionado a questões climáticas no Sudeste do país e ao encerramento da colheita na região serrana do estado e na cidade de Caçador.
“É a lei da oferta e da procura. As chuvas no Sudeste do país fizeram com que o produto ficasse escasso no mercado, o valor alto lá está puxando o nosso aqui também. Uma caixa de 23 quilos em São Paulo está chegando a custar R$ 126, isso no atacado, valor bastante alto. Além disso, as produções de Caçador e da Serra estão encerrando suas colheitas, e o nosso tomate aqui está vindo de São Paulo, Minas e Rio de Janeiro”, justifica Marques.
Colheita terá início em maio
Conforme matéria do Portal Clicatribuna, os produtores locais que iniciaram a plantio do tomate em meados de fevereiro devem iniciar a colheita na segunda quinzena de maio, o que também não cobrirá a demanda necessária da região. “Mesmo com a chegada da nossa produção isso não influenciará na baixa do preço. Nossa produção não é suficiente para mexer na questão do valor”, coloca o engenheiro da Epagri.
Conforme ele, a região possui cerca de 60 hectares de plantio de tomate, cultivo insuficiente.
A dica do especialista da Epagri para preços mais acessíveis é a compra em feiras livres ou até mesmo a substituição por outros produtos da época.
“Comprando diretamente dos produtores o consumidor poderá conseguir um preço mais em conta”, observa. O produtor local, que não via preços tão altos há muitos anos, também não deverá sentir a boa fase.
“Quando estivermos vendendo a nossa safra o preço deverá ter diminuído. O preço do tomate é bastante instável. Esperamos que este ano tenhamos um bom valor na caixa de 22 quilos como a do ano passado que ficou entre R$ 38 a R$ 40”, expõe o produtor Antônio de Araújo, de 63 anos, do Bairro Demboski.
Mais barato se trazido do Rio Grande do Sul
A disparada no produto fez com que o proprietário da Cantina Vettorazzi, Rogério Vettorazzi, buscasse o produto em outros mercados. “Meu irmão produz tomates no Rio Grande do Sul e, com isso, consegui comprar a preço de custo. Trazer de lá ficou mais barato do que comprar aqui. O preço do tomate está mais caro do que o da carne”, diz Vettorazzi, que utiliza 50 quilos da fruta por semana.
“Estou comprando o quilo em média a R$ 5 e ainda sem qualidade, já que o tempo não colaborou. Se formos comprar aqueles em estufa, que estão oferecendo uma qualidade melhor, o preço salta para quase R$ 9. Nesta mesma época no ano passado eu pagava o quilo a R$ 0,90”, compara o empresário.
Apesar do preço alto do tomate, quem visitou os supermercados e as feiras na semana passada notará queda durante esta semana. Em alguns estabelecimentos, o preço ofertado na semana passada a R$ 5,98, ontem estava a R$ 4,78. Outros ainda com R$ 4,78 amanheceram na segunda-feira a R$ 3,95.
O preço viçoso fez o tomate aparecer como o produto agrícola que teria a maior variação do valor bruto da produção (VBP) neste ano em todo o país, de acordo com levantamento realizado pelo Ministério da Agricultura. Conforme o estudo, superaria culturas como soja, milho e a cana-de-açúcar.
Tomate Longa Vida (quilo)
Angeloni – R$ 6,95
Bistek – R$ 4,98
Giassi – R$ 4,98
Manenti – R$ 4,78
Moniari – R$ 3,95
Fruteira Pinheirinho – R$ 3,79