Economia

Preço dos combustíveis poderá sofrer novo reajuste

Se o percentual do álcool anidro na gasolina não aumentar, o preço deste combustível terá um acréscimo

Não dá dúvida que a gasolina está no topo da lista dos combustíveis mais usados. Por dia, o lubrificador Alexandre Matias, de Tubarão, abastece pelo menos 500 carros. E, próximo ao fim de semana, o número aumenta.

O aposentado José Medeiros, 48 anos, abastece cerca de R$ 260,00 ao mês. "Por causa da aposentadoria, gasto menos. Venho duas vezes por mês no posto, e sempre pesquiso o local mais barato", afirma José.

O mesmo ocorre com o estudante João Balsini, 25. Ele gasta R$ 200,00 com o combustível mensalmente. "Não tenho um posto fixo", conta.

O que nenhum deles percebeu foi o aumento do preço da gasolina para o revendedor, no início deste mês. "Tivemos um acréscimo de R$ 0,02, mas muitos não repassaram para a bomba", afirma o vice-presidente do Sindicato de Revendedores Varejistas de Combustíveis (Sindicomb) da região sul do estado, Luiz Ângelo Sombrio.

Se tudo ocorrer como o previsto, o preço da gasolina não deverá aumentar consideravelmente para o consumidor tão cedo. Isso porque o ministro de minas e energia, Edison Lobão, revelou que haverá um aumento de 5% na porcentagem de álcool anidro na gasolina. "Este procedimento irá fazer com que o número volte ao de antigamente: 25% (até outubro do ano passado). Isto irá conter o aumento no preço que já é esperado", revela Luiz. Ainda não há um prazo para a alteração, mas, se isto não ocorrer em breve, não é descartado o aumento no preço. "Não dá para prever o percentual, mas, para que o revendedor tenha uma boa margem de lucro, o produto deve ser vendido a R$ 2,84", justifica o vice-presidente. Hoje, no estado, o litro da gasolina é vendido em média a R$ 2,74.

Óleo diesel também sofreu aumento

Não foi apenas a gasolina que apresentou aumento para os consumidores. O óleo diesel teve um acréscimo de R$ 0,04. A maioria dos postos do estado repassou o preço para o consumidor e hoje vende o produto a R$ 2,04.

Mais álcool anidro na gasolina

O anúncio do ministro de minas e energia, Edison Lobão, de que o percentual do álcool anidro na gasolina iria subir de 20% para 25% ocorreu no início desta semana. Ainda não há uma data definida para isso, pode ocorrer a qualquer momento. Para isso, o ministro espera um aumento da produção da safra de cana-de-açúcar.

Esta decisão no pedido da própria Petrobras, que quer conter as perdas financeiras com a importação da gasolina. "Hoje, o nosso problema é a refinaria. Temos a necessidade de importar o produto já pronto. Com este aumento, o Brasil iria parar de importar milhões de barris", explica o vice-presidente do Sindicato de Revendedores Varejistas de Combustíveis (Sindicomb) da região sul do estado, Luiz Ângelo Sombrio.

Só entre janeiro e abril deste ano, a Petrobras importou cerca de 80 mil barris por dia. Com o aumento do álcool na gasolina, a expectativa é que este volume reduza cerca de 40%, e a economia seria de US$ 375 milhões.
A redução de 25% para 20% ocorreu em outubro do ano passado, como uma medida de precaução contra a possibilidade de desabastecimento de etanol no Brasil, devido à queda na produção.

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