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Prefeito de Pedras Grandes denuncia calúnia internacional e alerta: ‘nossa história não será manchada

Agnaldo Filippi reage às acusações do advogado italiano Nunzio Bevilacqua e mostra preocupação com impactos nas relações ítalo-brasileiras

Foto: Divulgação

Pedras Grandes, no Sul de Santa Catarina, virou alvo de acusações internacionais feitas pelo advogado italiano Nunzio Bevilacqua. Em meio a uma disputa judicial com a professora Bárbara Perito, de Tubarão, ele citou o município ao afirmar que há na região uma organização criminosa que usaria a gravidez de brasileiras para extorquir italianos. A denúncia, sem provas, inclui pessoas, instituições e até a Justiça brasileira.

Em entrevista ao Sul In Foco, o prefeito, Agnaldo Filippi, afirmou que vai representar formalmente contra Bevilacqua junto à Embaixada Italiana no Brasil, Embaixada Brasileira na Itália e ao Ministério das Relações Exteriores. A ação quer retratação e reparação por parte do advogado, que tem envolvido o nome do município em reportagens e documentários exibidos na Itália.

O caso começou com um relacionamento entre Nunzio e Bárbara, que era professora dele em aulas de português. A relação evoluiu e resultou em uma gravidez. O advogado voltou para Roma e passou a negar a paternidade da criança, que hoje tem quase três anos. Um exame feito em laboratório de São Paulo confirmou que ele é o pai.

Mesmo assim, Bevilacqua deu diversas entrevistas na Itália, alegando ser vítima de um esquema criminoso no Brasil, envolvendo mulheres brasileiras e instituições da região. A acusação vai contra médicos, membros do Judiciário, hospitais e até grupos religiosos que, segundo ele, integram uma suposta organização que teria como objetivo extorquir homens estrangeiros.

Entre as cidades citadas está Pedras Grandes. O prefeito, no entanto, afirma que as denúncias não têm qualquer fundamento. “Conhecemos cada canto da cidade. Essa história é fantasiosa e criminosa. Usar a imprensa para espalhar esse tipo de narrativa é uma irresponsabilidade”, disse Agnaldo Filippi.

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Bevilacqua chegou a dizer que existe uma rede de produção de crianças com objetivo de vendê-las na Itália, algo que, segundo o prefeito, é um absurdo completo. A menção a Pedras Grandes teria ocorrido porque a casa de oração frequentada por Bárbara está localizada na cidade.

O Fantástico, da TV Globo, trouxe o caso ao público brasileiro no último domingo (11). Para Filippi, a reportagem oferece pela primeira vez um contraponto ao que foi veiculado até agora na imprensa italiana. “Não nos foi dado o direito de resposta lá fora. Agora temos a chance de mostrar a verdade”, disse aliviado.

A preocupação do prefeito vai além da imagem local. Ele teme que o episódio afete também o vínculo histórico com a Itália e, principalmente, o processo de reconhecimento da cidadania italiana, que já está ameaçado por mudanças em discussão no Parlamento italiano.

“Temos um pacto de amizade com Belluno, na Itália. Não podemos aceitar que uma mentira contamine uma história construída com tanto esforço por nossos antepassados”, concluiu o prefeito.

A repercussão internacional do caso alimentou uma narrativa que tem causado prejuízos à imagem de municípios do Sul catarinense. Além de Pedras Grandes, Tubarão e Treze de Maio foram envolvidas em acusações, que miram um padre da região, o Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC), médicos, enfermeiros e até a Justiça brasileira, todos apresentados como parte de uma suposta rede de extorsão contra italianos.

 

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