Economia

Produtores da região enfrentam crise

A falta de milho e o aumento no valor da saca da soja afetam os avicultores, bovinocultores, suinocultores e consumidores

Os produtores de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul que dependem de milho e soja para a suinocultura, bovinocultura e avicultura têm enfrentado um grande desafio. Falta milho, um dos principais elementos para alimentar as criações.

Existem dois motivos principais para a falta do grão. A seca no oeste do estado, a maior região produtora, e o volume muito grande de exportação do grão pelo Brasil. Além do milho para a alimentação dos animais, também é utilizada a soja.

Conforme matéria do Jornal Notisul, com a crise por causa da falta e do preço aumento dos dois principais grãos para as atividades, os produtores acabam também reajustando o valor dos produtos, o que atinge o bolso do consumidor final, que compra os produtos nos supermercados. Produtos como leite e derivados, ovo e a carne de frango e suíno subiram de preço, e devem subir ainda mais enquanto a situação não for normalizada.

“Não há alternativa para o trato além dos grãos de milho e de soja. Existem alternativas como farelo de arroz e outros tratos, mas não dão o mesmo resultado”, avalia o gerente regional da Epagri em Tubarão, Luiz Marcos Bora.  “O preço do frango já subiu e estamos esperando que a Conab consiga trazer o milho do Mato Grosso com um valor de transporte mínimo”, acrescenta.

Problemas sem previsão de solução

As dificuldades enfrentadas pelos suinocultores, bovinocultores e avicultores são analisadas pelo governo do estado, que anunciou que adotará medidas. Não há previsão dos problemas serem resolvidos, mas as negociações entre o governo do Estado e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) já iniciaram.

O produtor de leite Manoel Mendes da Silva, morador de Gravatal, já enfrenta a crise dos grãos e revela que a falta do milho e o aumento do valor da soja não compensam o reajuste do leite. “Nós tivemos uma queda de mais de 20% na produção de leite por buscar alternativas para a falta do milho e compensar o valor alto da soja. Usamos feijão, pasto, mas não é a mesma coisa, e os animais passam a produzir menos. Como não tem pasto suficiente, o jeito é tirar menos leite”, lamenta.