Educação

Professores decidem pela greve em Tubarão

Foto: Jornal Diário do Sul

Foto: Jornal Diário do Sul

Os professores da rede municipal de Tubarão entram em greve por tempo indeterminado a partir de amanhã. A decisão foi tomada em assembleia na noite de ontem. Hoje, as atividades nas escolas seguem normalmente para que os pais e responsáveis sejam avisados com antecedência. 

No primeiro dia de greve,  amanhã (dia 5), às 8h30, os professores estarão reunidos em frente à antiga rodoviária e sairão em passeada pelas ruas da cidade, com faixas e cartazes. “A greve é por tempo indeterminado e vamos ter inúmeras assembleias no decorrer do movimento. O momento é de lutar sem medo”, diz a presidente do Sintermut, Laura Oppa.

Durante a assembleia, foram discutidos dois itens da pauta de reivindicações dos professores: o reajuste do piso salarial em 12,30% e a reformulação da lei de progressão funcional, cujas propostas foram discutidas com o governo municipal. “Mas ainda faltam muitos itens da pauta, como o concurso público, hora atividade, regência de classe de 40%, a jornada de trabalho dos profissionais de serviço de limpeza e regulamentação da atividade de motorista da educação. Além disso, muitas escolas também estão sofrendo com a falta de estagiários”, ressalta Laura.

Os professores optaram por iniciar a greve amanhã para poder avisar os pais dos alunos. “Assim, os pais e responsáveis têm tempo para se organizar com os filhos”, acrescenta Laura. A greve é por tempo indeterminado, a exemplo do que ocorreu em anos anteriores. 

Docentes da rede estadual em estado de greve

Os professores da rede estadual de ensino decidiram pelo indicativo de greve. A votação ocorreu na tarde de ontem, em Florianópolis, e uma proposta será enviada ao governo de Santa Catarina. Caso não haja negociação, os professores iniciam a paralisação no dia 10 de março.

Das 42 unidades escolares de abrangência da Secretaria de Desenvolvimento Regional de Tubarão, somente 14 tiveram funcionamento parcial ontem para a participação dos professores na assembleia, realizada na Capital. Nenhuma chegou a suspender completamente as aulas, diferentemente de outras cidades do Estado. 

A votação teve início por volta das 14h e terminou às 16h40, com uma caminhada até a Assembleia Legislativa e à Secretaria Estadual de Educação. Entre as propostas do sindicato estão seis níveis de carreira, com diferenças salariais entre eles, jornada integral de 40 horas/aula, dois cargos para o magistério catarinense, sendo um professor e ou outro administrativo, e garantia de licença remunerada para mestrado e doutorado.

Durante a manhã de ontem os professores invadiram os corredores da Alesc, gerando confusão. Devido ao conflito, a votação da medida provisória que muda a forma de remuneração de professores temporários foi tirada da pauta. Os manifestantes pediram que a medida provisória não fosse aceita. Além disso, o secretário de Educação do Estado, Eduardo Deschamps, precisou sair da sala de reuniões com auxílio de seguranças.

Hoje, o documento com as propostas dos docentes será encaminhado à Secretaria de Estado da Educação e, de acordo com representantes do sindicato, a categoria está aberta a negociações.

Medida provisória

A medida provisória 198/2015 “fixa os salários dos profissionais contratados em regime temporário pela rede pública estadual de ensino”, segundo a Alesc. Ela tem como objetivo adequar as remunerações à Lei do Piso Nacional do Magistério. “Para isso, os vencimentos dos professores temporários serão compostos pela soma do vencimento mais a hora-atividade, mais o incentivo à produtividade em sala de aula”, informou a assessoria de comunicação da Assembleia.

Segundo a Secretaria de Estado da Educação, apenas os contratados após a aprovação da MP serão atingidos pelas mudanças. Conforme a categoria, a decisão fragmenta a carreira. Além disso, eles alegam que não respeita a lei nacional.