Educação

Profissionais das escolas Toneza Cascaes e Samuel Sandrini aderem greve estadual

Foto: Divulgação

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Professores e funcionários da Escola de Educação Básica Samuel Sandrini, com 650 alunos, aderiram à greve que dura aproximadamente 50 dias em Santa Catarina. As atividades foram paralisadas na quarta-feira (13) por tempo indeterminado. De 42 professores, 33 aderiram ao movimento. A Escola de Educação Básica Toneza Cascaes, com 500 alunos, também ficou sem aula desde a quarta-feira. De um quadro de 20 profissionais da educação, 12 paralisaram as atividades.

A assembleia dos professores, realizada em Biguaçu, na Grande Florianópolis, na tarde de quinta-feira (14), terminou sem acordo. Dessa forma, a categoria decidiu por manter a greve. De acordo com a professora efetiva da EEB Samuel Sandrini Giane Aparecida de Souza Kestring, o espaço com capacidade para 6,5 mil pessoas estava lotado.

“Vamos fortalecer o movimento, buscando o apoio de escolas da região. O governo ofereceu mesa de negociação caso voltássemos às atividades, mas não garantiu que nossas reivindicações serão atendidas. Sendo assim, ficou inviável um acordo”, afirmou.  Ainda de acordo com Giane, os professores que não aderiram à greve não o fizeram por medo de perder o emprego, alguns estão em estágio probatório e outros são Admitidos em Caráter Temporário – ACTs.

Conforme a diretora da EEB Toneza Cascaes Viviane Correa, um horário especial está sendo estudado pelos profissionais da escola. “Na segunda, terça e quarta-feira será possível dar aula com os professores que não aderiram à greve. Na quinta e sexta-feira, entretanto, não será possível manter as aulas”. A escola deixará os pais, alunos e meios de comunicação do município informados.

Profissionais contam com a compreensão dos pais

Os profissionais da educação contam a compreensão e apoio dos pais. De acordo com a professora da EED Samuel Sandrini Emanueli Dimon, a luta vai além dos direitos já garantidos que estão sendo retirados. Buscam-se também melhores condições no ensino, refletindo qualidade da aprendizagem dos alunos. A escola tem custeado a aquisição de materiais essenciais como giz, saco de lixo e vassoura, além de cobrir despesa de conserto de fechadura, gastos que são de responsabilidade do Estado.

 “Esperamos há três anos por reforma na escola, que possui uma estrutura com 50 anos. Corremos risco por conta da instalação elétrica. Sou professora de arte e, durante o trabalho, duas colas quentes já explodiram na minha mão. Além disso, já caiu parte de telhado, há goteira, infiltração, problema com cupins. Segundo laudo do bombeiro, há risco de interdição”, afirmou.

Conforme bilhete entregue aos pais e responsáveis dos alunos, a greve não se resume em questão salarial. “Deseja-se escolas seguras, salas confortáveis, laboratórios, bibliotecas, quadras de esporte, espaços necessários para que o trabalho seja eficiente e os alunos possam se desenvolver plenamente. O que tem se visto são escolas sucateadas, com rachaduras, infiltrações, problemas com instalação elétrica, salas de aula lotadas com o número de alunos acima do permitido por lei”.