Geral

Projeto de futuro loteamento pode render até R$ 35 milhões ao josefinos em Orleans

Decreto de utilidade pública expedido pela prefeitura pretende impedir possível especulação imobiliária de área estratégica. A intenção é adquirir o local para investimentos em educação, cultura, esporte e lazer

Google Maps

As discussões sobre o Decreto nº 4.572, assinado pelo prefeito de Orleans, Jorge Koch, na última semana, seguem acaloradas no município. O documento torna de utilidade pública, a fim de ser desapropriado pelo município por via amigável ou judicial, uma gleba de terras (cerca de 34 hectares), de propriedade de Instituto Leonardo Murialdo (ILEM). A intenção do município é a idealização de projetos que visam atender os interesses dos moradores locais, voltados à cultura, educação, esporte, entretenimento, entre outros.

No entanto, a área já possui outro destino há alguns anos. De acordo com informações obtidas com exclusividade pelo Sul in Foco, desde 2014, a direção do Instituto Leonardo Murialdo (ILEM), mantenedora do Seminário São José, dos Padres e Irmãos Josefinos de Murialdo – Congregação de São José, apresentou documento ao Samae de Orleans requerendo avaliação de viabilidade de o espaço possuir água suficiente para fornecer ao futuro loteamento e a possibilidade de tratar o esgoto para cerca de 350 lotes urbanos.

Após avaliação positiva do órgão de abastecimento de água, o projeto de loteamento foi encaminhado à prefeitura e está em tramitação desde então. Segundo informações, uma empresa de Braço do Norte iniciou a projeção de especulação imobiliária na área de 34 hectares e em seguida, a JS Construções de Criciúma assumiu o projeto urbanístico. De acordo com relatos extraoficiais, a intenção é comercializar os lotes em aproximadamente R$ 100 mil, o que renderia R$ 35 milhões à instituição religiosa. Já a prévia avaliação da gleba de terras pela prefeitura estima o valor de R$ 4 a R$ 5 milhões.

No local estão edificados um ginásio de esportes, um galpão, salas de aula onde funcionava o seminário São José, uma pequena Igreja e uma infraestrutura conexa de garagem. Ainda encontram-se no local pelo menos três nascentes da água e área de mata nativa com aproximadamente 17.063,98 metros quadrados.

Divulgação

Preservar para o futuro

Próximo a área da Congregação São José estão instalados o Centro Universitário Barriga Verde (Unibave) e o Museu ao Ar Livre Princesa Isabel. Levantamento feito pela reportagem encontrou um ofício expedido em 2006, pela Fundação Educacional Barriga Verde (Febave), que na época, alertava o executivo municipal para a preservação do espaço. “A fundação está concentrando suas atividades em terras compradas do patrimônio do Instituto São José. A distância do centro da cidade permite acesso facilitado e ao seu redor não contém desenvolvimento urbano que possa dificultar um bom trabalho educacional e cultural e a quantidade de terras garante um futuro seguro para os projetos. Diante disto é do entendimento da direção da Febave que todo o patrimônio do Instituto São José seja preservado para o desenvolvimento de projetos educacionais e culturais devido a sua localização e situação, quer para a fundação e ao município. Por isso sugerimos ao prefeito que o dito patrimônio seja preservado e destinado às finalidades educacionais e culturais do município, desde que sejam de caráter social”, declara o documento.

O atual prefeito Jorge Koch também entende que a área deve ser preservada para um futuro parque que concentre atividades voltadas à cultura, educação, esporte e lazer e pretende impedir a especulação imobiliária no local. “O decreto proíbe o loteamento e reserva para o futuro das terras. O segundo passo. Em até cinco anos vamos fazer a desapropriação, ou amigável ou então judicial. Vamos procurar os padres, conversar, fazer propostas, a prefeitura pode comprar, pagar, acertar o valor. Com o decreto esse imóvel pertence ao município e não mais à vontade do sistema imobiliário. Queremos é preservar o futuro de Orleans naquela área de terra”, explica Koch em declaração dada à rádios da região.

Josefinos se manifestam contra o decreto

“Não aceitamos que o poder público se aproprie do Seminário São José de Orleans e dite as normas sobre a destinação do patrimônio que a Congregação construiu nessa cidade e a ela pertence de direito. Os Josefinos de Murialdo em todas as suas atuações sempre agiram dentro da legalidade, atendendo a legislação vigente. Todas as decisões administrativas tomadas pelo Instituto Leonardo Murialdo visam atender integralmente as suas finalidades estatutárias que primam pela educação e a assistência social. Para a Comunidade Orleanense, cabe esclarecer que a destinação do patrimônio, também será revertida na ampliação da Rede Murialdo de Educação, com a instalação de uma unidade de educação em Orleans. A Rede de Colégios Murialdo atualmente atende a Educação Básica (Turno Integral, Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio). A ampliação abrangerá, também, os serviços socioassistenciais prioritariamente com o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos e o Programa de Aprendizagem e Qualificação Profissional para Adolescentes, que já estão em funcionamento nas demais unidades do ILEM”, afirma o instituto em nota oficial.

Divulgação

Veja mais: “Estamos sendo tocados como cachorros perigosos”, diz padre sobre decreto de desapropriação emitido pela prefeitura de Orleans

Notícias Relacionadas

Massa de ar frio avança e mínima pode ficar abaixo de 5°C durante a noite desta quarta-feira em SC

O dia começa com tempo instável, mas a chuva fica mais reservada durante a manhã e início da tarde.

Sentença de pronúncia levará para júri casal acusado por homicídio cometido com espada em Orleans

Segundo os autos, os crimes aconteceram em março deste ano, no bairro Rio das Furnas

Apoio ao candidato Vitorassi para eleição da Coorsel se intensifica durante reuniões com associados

Na noite de hoje (16), às 19h30min, os associados da comunidade de São Gabriel são convidados a participarem do encontro com os candidatos, em Treze de Maio.

Ex-secretário de Administração de Orleans e empresa tem bens bloqueados

Segundo o Ministério Público, Eduardo Bertoncini era responsável pela pasta na gestão do ex-prefeito Marco Antônio Bertoncini Cascaes