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Protesto pede expulsão de policial acusado de matar surfista Ricardinho

Amigos e familiares se uniram na tarde deste sábado na Guarda do Embaú

Foto: Larissa Vier/RBS TV

Foto: Larissa Vier/RBS TV

Amigos e familiares do surfista Ricardinho realizaram um protesto na tarde deste sábado (18) na Guarda do Embaú, em Palhoça, na Grande Florianópolis. Eles pediram que o policial militar Luis Paulo Mota Brentano, acusado de matar o surfista, em janeiro deste ano, seja expulso da corporação. "Nós queremos bons policiais e não maus policiais", afirmou Karolina Esser, namorada de Ricardo dos Santos.

"Acreditamos na lei e acho que vai haver justiça", diz Luciane dos Santos, mãe de Ricardinho.

Com faixas e cartazes eles ocuparam o centrinho do bairro, em volta de um memorial montado em homenagem a Ricardinho por volta das 15h. No ato, a namorada, uma professora e um amigo leram manifestos pedindo a expulsão.

O grupo lembrou também que na próxima segunda-feira (20) a morte de Ricardinho dos Santos completa 3 meses. Eles ficaram no local até às 15h50.

Direito de trabalhar negado

O policial militar Luis Paulo Mota Brentano teve negado o direito de trabalhar pelo próprio batalhão onde está preso, em Joinville, na região Norte. Na segunda-feira (13), a Justiça havia autorizado o pedido. Na decisão, a juíza Carolina Ranzolin Nerbass Fretta escreveu que o policial estava autorizado a trabalhar enquanto estivesse preso no batalhão, “desde que diga respeito a atividades que não possibilitem o seu contato externo, com rigor fiscal pelos responsáveis e encaminhamento de relatórios mensais”.

“Há uma inviabilidade, não existe atividade que ele possa exercer dentro do batalhão. Já oficiei a juíza e os advogados”, afirmou o comandante.

Procurado pelo G1, o comandante do 8º Batalhão da PM, tenente-coronel Nelson Coelho, informou na manhã de sexta-feira (17) que o preso não poderá trabalhar porque não há atividade dentro do batalhão compatível com as atividades exigidas pela Justiça.

PM recebe salário

O policial acusado segue recebendo salário durante o procedimento administrativo. “Mas, como está fora da ruas, ele não recebe a indenização do serviço ativo, que dá quase metade do salário”, disse o tenente-coronel Coelho na terça.

Segundo ele, caso houvesse trabalho interno, isso não permitiria que Brentano recebesse o valor integral dos vencimentos. Em caso de condenação, o policial poderia abater um dia da pena para cada três dias trabalhados, explica o comandante.

Homicídio qualificado

Brentano aguarda julgamento depois que a Justiça aceitou a denúncia por homicídio qualificado feita pelo Ministério Publico. Segundo o MPSC, o crime ocorreu por motivo fútil, por ter impossibilitado a defesa da vítima. A Promotoria de Justiça também denunciou o soldado por abuso de poder e por dirigir um veículo sob a influência de álcool.

Exames feitos pelo Instituto Geral de Perícias (IGP) comprovaram que o policial que atirou em Ricardinho havia ingerido bebida alcóolica antes do crime.

Com informações do site G1 SC