Saúde

Relatório confirma cinco mortes por H1N1 na região

Foto: Divulgação

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Cinco mortes por influenza A (H1N1) foram confirmadas pelo mais recente relatório da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina – Dive da Secretaria de Estado da Saúde na região da Amurel. Três casos ocorreram em Tubarão, um em Braço do Norte e um em São Martinho. Os dados foram computados no período entre 3 de janeiro e 2 de julho.

Na região compreendida pelas regionais de Braço do Norte, Laguna e Tubarão, entre casos confirmados e óbitos apenas por H1N1, somam-se 73 em todos os 12 municípios. Os casos de H1N1 sem óbito ocorreram em São Martinho (1), Grão-Pará (1), Rio Fortuna (1), Santa Rosa de Lima (1), Braço do Norte (6), Garopaba (2), Laguna (9), Imbituba (5), Sangão (1), Jaguaruna (3), Capivari de Baixo (5) e Tubarão (33). 

A Cidade Azul é que mais preocupa, com 33 casos e três óbitos pela doença, e mais um caso de influenza A em análise de subtipagem. Nas doze cidades, há ainda seis casos de influenza A sendo analisados para averiguar se são de H1N1 ou H3N2.

O DS entrou em contato com a Gerência Regional de Saúde de Tubarão solicitando dados como as datas das ocorrências de óbitos por H1N1, sexo e idade das vítimas, mas a responsável pelos dados de influenza, Marlene de Sousa Gonçalves, estava em reunião e, conforme a assessoria de imprensa, não poderia averiguar os dados ontem à tarde. O DS também tentou falar com o gerente da Regional, mas a redação foi informada de que neste momento ninguém ocupa o cargo, já que Dalton Marcon deixou a cadeira e ninguém foi colocado no lugar.

A prefeitura de Tubarão, porém, através da Fundação Municipal de Saúde, informou os dados. Os pacientes que foram a óbito por H1N1 em Tubarão são homens. Um deles tinha 49 e faleceu em 6 de maio; outro, com 67 anos, faleceu em 26 de junho, e o outro, de 70 anos, faleceu em 7 de maio. 

A prefeitura ressaltou que todas as unidades básicas de saúde de Tubarão têm a medicação disponível. “O Tamiflu é indicado para síndrome gripal, mediante a avaliação médica. Essa medicação não é administrada apenas para casos confirmados da doença em questão, o tratamento inicia antes, ainda como caso suspeito”, destaca a Fundação Municipal de Saúde. 

Ontem, o secretário de Estado da Saúde, João Paulo Kleinübing, reforçou em entrevista coletiva à imprensa a importância da prevenção e de tratamento com o medicamento Tamiflu para evitar novos casos e óbitos causados pela gripe em Santa Catarina. 

O Informe Epidemiológico da Dive diz que, nos casos de óbito, o medicamento Oseltamivir (Tamiflu) foi iniciado, em média, seis dias após o início dos sintomas de síndrome gripal (febre, tosse ou dor de garganta e pelo menos mais um dos sintomas: mialgia, cefaleia ou artralgia). A recomendação é a utilização do antiviral em até 48 horas após o início dos sintomas para um melhor prognóstico, segundo a própria Dive. 

“Aos primeiros sintomas, a população deve procurar a unidade de saúde mais próxima. E, confirmado o diagnóstico, o profissional deve prescrever o consumo imediato de Tamiflu”, destacou o secretário. A secretaria, por meio da Diretoria de Vigilância Epidemiológica, vai fazer uma forte ação de conscientização junto a médicos, principalmente de postos de saúde e unidades de pronto-atendimento de todo o Estado, sobre a necessidade de prescrição do medicamento nas primeiras 48 horas após o surgimento dos sintomas básicos da gripe (febre alta, calafrios, tosse, dor de cabeça, dor de garganta, cansaço, dor muscular e coriza).

Resistência

A constatação é de que está havendo muita resistência ao protocolo do Ministério da Saúde que recomenda a ingestão do Tamiflu em até 48 horas. Hoje, de acordo com a Vigilância Epidemiológica, o tempo médio de prescrição do medicamento está na faixa dos seis dias após os primeiros sintomas – prazo muito tardio. De acordo com dados da Secretaria da Saúde, com a ingestão do Tamiflu em até 72 horas a gripe evolui para cura; após este prazo, pode ir a óbito. 

Os dados do mais recente Informe Epidemiológico apontaram um comportamento atípico do vírus influenza neste ano, com aumento do número de casos já nos meses de março e abril. Nos anos anteriores, a maior circulação do vírus acontecia entre maio e agosto. De acordo com Eduardo Macário, diretor da Dive/SC, existe a possibilidade real de que o vírus influenza volte a circular com maior intensidade nas próximas semanas, durante todo o inverno, o que pode ocasionar um aumento na ocorrência de casos graves e hospitalizações por gripe.

Com informações do Jornal Diário do Sul