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Representantes das classes empresarial e trabalhadora discutem Plano Diretor com juiz

Reunião aconteceu na tarde de hoje, no Fórum de Criciúma, no intuito de esclarecer alguns pontos sobre nova liminar

Representantes de construtoras, prefeitura, empresários e trabalhadores estiveram reunidos, na tarde de hoje (25), com o juiz Rodrigo Vieira de Aquino e com o procurador Luiz Fernando Góes Ulysséa, no Fórum do município. O encontro teve o objetivo de esclarecer alguns pontos sobre o antigo Plano Diretor de Criciúma. Na ocasião, o juiz expôs que nenhuma deliberação seria divulgada instantaneamente, mas que a reunião teria importância na decisão final sobre a liminar. “Vou decidir de acordo com a lei, com o clamor social e com a minha consciência. Vou analisar e ponderar todas as colocações, para só então dar alguma resposta”, pontua o magistrado.

A promotora geral do Município, Erica Ghedin Orlandi, expôs que muitos criciumenses ficaram com dúvidas sobre o assunto. “Por isso estamos aqui, para conversar e fazer algumas colocações que entendemos ser pertinentes ao caso”, fala. O primeiro a fazer uso da palavra foi o presidente da Associação Empresarial de Criciúma (Acic), Olvacir Bez Fontana. Ele lembrou que a construção civil é a alavanca da economia criciumense, e que muitas pessoas dependem dela para sobreviver. “Quando não conseguem construir aqui, as empresas acabam migrando para outros municípios”, conta.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção, do Mobiliário e de Cerâmica de Criciúma, Itaci de Sá, muitos trabalhadores procuraram o Sindicato em busca de respostas. “Eles estão inseguros. Por meio dessa medida avaliamos a perda de aproximadamente mil postos de trabalho”, comenta. Jair Savi, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Sul Catarinense (Sinduscon) também manifestou apoio à classe empresarial e trabalhadora. “Muita gente tem dúvidas do que vai acontecer se essa liminar realmente entrar em vigor. Será que vão ser atingidos, vão ser indenizados? E quem já comprou algum imóvel na planta, será ressarcido?”, indaga Savi.

Os arquitetos, representados por Mauricio Carneiro, também foram ouvidos pelo magistrado. “Não dá para pensar somente nas grandes construtoras. Deve-se lembrar das pequenas também, além daqueles que constroem um prédio para abrigar os filhos e colocar um pequeno negócio, por exemplo. Estes, quando compram o terreno, pensam no valor que podem gastar com a garantia que a prefeitura não vai mudar o jogo de uma hora para outra. Mas isso acabou acontecendo”, ressalta. “Acredito que o Plano Diretor deveria ter um prazo para entrar em vigor, um tempo para a transição, para os construtores se habituarem à mudança. Com certeza, isso é muito importante para todos os envolvidos”, completa.

A partir da conversa da tarde, os associados ao Sinduscon realizarão uma reunião, hoje, às 18 horas, na sede do Sindicato, para discutir a situação. De acordo com o juiz, todas as colocações serão estudadas e a decisão sobre a liminar será feita a partir do que está previsto em lei.

Samira Pereira/Ápice Comunicação