Saúde

Santa Catarina lidera o ranking nacional de transplantes

Foto: Divulgação/Diário do Sul

Foto: Divulgação/Diário do Sul

Pela quinta vez seguida, o Estado de Santa Catarina liderou o ranking nacional de transplantes. Em 2013, o Estado teve quase 27 doadores de órgãos para cada milhão de habitantes em 2013, quase o dobro da média nacional. Em Tubarão, um trabalho focado na abordagem das famílias resultou em 47 doações realizadas no ano passado.

Aumentar o número de doações é justamente o trabalho da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (Cihdott), do Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC). 

De acordo com a enfermeira Ana Paula da Silva Maciel, coordenadora da comissão, o trabalho é feito diretamente com as famílias dos pacientes que podem ser doadores. “Nós fazemos a abordagem e esclarecemos dúvidas. Existem recusas, que são respeitadas, pois esta é uma decisão da família, mas sentimos que há um bom resultado no trabalho”, frisa. 

Em 2013, segundo a enfermeira, foram realizadas no HNSC uma média de 40 doações de córneas e sete doações de múltiplos órgãos. Ana Paula explica que, no caso da doação de córneas, podem ser doadores pacientes de 2 a 70 anos que não tenham contraindicação absoluta – como HIV, hepatite, leucemia, linfoma e infecções. A coleta do órgão pode ser feita até seis horas depois do óbito.   

Já para as doações de múltiplos órgãos, o paciente tem que apresentar catástrofe neurológica de causa conhecida – casos como AVC, traumatismo craniano e outros. “Nesse caso, é uma corrida contra o tempo, pois o coração precisa estar batendo. Mas a posição da família na maioria das vezes é positiva”, aponta Ana Paula.
Um desafio, diz a enfermeira, é aumentar o número de doadores de córneas. “Ainda temos muitas recusas. É importante salientar que a parte estética do paciente é mantida, ou seja, se a família não disser que doou as córneas, ninguém vai perceber”, pontua. 

Em 2014, a comissão deve investir em ações de conscientização, como a realização de um pedágio educativo em parceria com o Hemosc, cujo objetivo não é arrecadar fundos, mas sim entregar material informativo sobre a doação. 

Para quem deseja ser doador de órgãos, é importante deixar a família informada. “Hoje não consta mais na carteira de identidade se a pessoa é doadora. A abordagem é feita diretamente com a família”, salienta Ana. 

Estado tem 1,2 mil na fila

Conforme matéria do Diário do Sul, os dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) mostram que, em 2013, quase 1,2 mil pessoas receberam um órgão no Estado. Grande parte foram cirurgias de córneas, rins e fígado. Conforme os dados apresentados pela SC Transplantes, as cirurgias foram realizadas em 47 hospitais, divididos em 25 cidades do Estado. Apesar do número elevado de transplantes em Santa Catarina, aproximadamente 1,2 mil pacientes esperam por uma cirurgia. Em 2013, 115 doações deixaram de acontecer em porque as famílias não autorizaram.