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SC tem desaceleração de empregos formais após ano de expansão, diz UFSC

Análise do Necat (Núcleo de Estudos de Economia Catarinense) aponta que maior parte dos empregos formais criados no Estado é de baixa escolaridade e remuneração.

Divulgação

Apesar de a geração de empregos formais ter expandido nos últimos 12 meses (6,8%), Santa Catarina passou por uma tendência de desaceleração em março (0,8%), segundo o Necat (Núcleo de Estudos de Economia Catarinense) da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina).

O saldo total de vagas formais em março é de 11.219. No acumulado dos últimos 12 meses, o resultado da criação de novos empregos é de 147.667. “Os dados de março mostraram que os empregos formais, mesmo que ainda estejam se expandindo, apresentaram uma desaceleração em relação aos meses do final do ano passado.”

Para formular as análises, foram usados dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

O documento diz que “os maiores destaques [na geração de emprego] ficam por conta do desempenho dos municípios mais populosos do Estado, principalmente a Capital e Criciúma, que juntas representam 20% do saldo estadual”.

Dessa forma, é observada uma tendência de formação de “empregos de baixa qualidade”, com escolaridades e remuneração baixas.

Análise por setor de negócio

O setor que mais cresceu na contratação formal é o de construção, tanto em março (2,5%) — com 2,8 mil novas vagas —, quanto no acumulado do ano (14,5%). Segundo o artigo, a área foi a que mais trouxe crescimento para a área.

Já o setor de serviços cresceu, em 12 meses, um total de 8,2%. Em março de 2021 foram criadas cerca de 8 mil vagas, enquanto no mesmo período deste ano foram cerca de 7 mil. A taxa de crescimento entre as variações mensais, observadas pelo Necat, é de 0,8%.

Na indústria foram criados 2,5 mil postos formais de trabalho em março deste ano (0,3%). Ao ser analisado os últimos 12 meses, uma expansão de 4,6% foi observada pelo Núcleo, a mais baixa entre os setores estudados.

No comércio varejista foram 651 vagas criadas, com crescimento de 0,1% em março e expansão anual de 6,5%. Segundo a análise, vários segmentos apresentaram redução no setor naquele mês, mas o que fez o setor manter o saldo positivo foram as contratações no atacado.

Em março, somente o setor de agronegócio teve retração no mercado de trabalho formal (-3,8%). Cerca de 1,8 mil vagas deixaram de ser ofertadas. “O fim da colheita da maçã teve forte representatividade no valor negativo do saldo, com a perda de 1,5 mil vínculos”. No acumulado de 12 meses, a taxa de crescimento é de 3,2%.

Qualidade dos empregos formais

As análises sobre a expansão do emprego formal em Santa Catarina está no Informativo Necat de maio de 2022, no texto “Mesmo com expansão, a geração de empregos formais desacelerou no mês de março/22”. Os autores fazem uma abordagem crítica dos empregos formais registrados.

Os dados mostram que os empregos formais criados no período estão, em grande maioria, destinados à pessoas com ensino médio completo, com 96 mil novas vagas no acumulado do ano. Em seguida estão o superior completo (11.170) e o médio incompleto (19.983).

No caso dos salários, a maioria dos empregos formais é para a faixa de até dois salários mínimos, com 80% das vagas no cenário estadual. “Assim como no país, há uma forte deterioração da capacidade de reprodução das condições de vida dos assalariados, ainda mais porque Florianópolis tem uma das cestas básicas mais caras do país, beirando os 750 reais”, conclui a análise.

Com informações do site ND Mais

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