Estado deve seguir as orientações do governo federal sobre vacinação contra a Covid-19; Fecam defende comprar doses independente do plano nacional
O secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro, e governadores de todo o país se reúnem de forma virtual nesta terça-feira (8), às 11h, com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. A expectativa é que seja debatido o plano de imunização para os estados brasileiros diante da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
O governador de Santa Catarina, Carlos Moisés da Silva (PSL), não esteve no encontro pois cumpre agenda na região do Meio-Oeste catarinense.
Santa Catarina adotou a opção de seguir a linha do governo federal, ou seja, o Estado não deve procurar a vacina por contra própria, como São Paulo, por exemplo.
O objetivo é seguir o PNI (Plano Nacional de Imunização). Essa escolha depende também da chancela da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e de prioridades para imunização no Brasil.
“Santa Catarina está alinhada ao PNI do Ministério da Saúde. A SES já está preparando a logística com o redimensionamento da rede de frios [algumas vacinas podem precisar de temperaturas de até menos 40ºC], mapeamento dos locais para vacinação [unidades básicas de saúde e salas de vacina] em parceria com municípios, além do reforço do treinamento das equipes de vacinadores”, disse a secretaria em nota.
Em uma entrevista sobre a logística para a chegada da vacina em Santa Catarina última sexta-feira (4) , o secretário estadual de Saúde descartou a possibilidade de firmar protocolos de forma direta com laboratórios. “Isso não faz sentido. Fazer movimentos individuais é muito perigoso”, disse André Motta.
São Paulo se adianta
Em São Paulo o governador João Doria anunciou que a vacinação no estado paulista começará em 25 de janeiro.
O governo federal informou nesta segunda-feira que deve assinar nesta semana o memorando de intenção para a compra de 70 milhões de doses da vacina produzida pela Pfizer e pela Biontech.
O imunizante deve ser fornecido em 2021. A data e distribuição por estados, contudo, não foram especificadas.
Fecam vai a São Paulo
Uma comitiva com a diretoria da Fecam (Federação Catarinense de Municípios) e prefeitos catarinenses vai a São Paulo para assinatura de um protocolo de intenções com o Butantan nesta quinta-feira (10).
O objetivo é permitir que, após a aprovação da Coronavac, os municípios de Santa Catarina possam comprar doses da vacina independentemente do plano nacional ou estadual.
A Coronavac será produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, em São Paulo, por meio de uma parceria com o laboratório chinês Sinovac Biotech. A vacina está na última fase de testes e aguarda os resultados sobre eficácia. Após isso deverá passar por análise da Anvisa para ser liberada no Brasil.
Conforme o médico, especialista em políticas de saúde e consultor da Fecam, Jailson Lima, o objetivo é que os prefeitos possam adquirir as vacinas uma vez que “não há um plano nacional vacinas nem qual tipo será fornecida para Santa Catarina”.
“O objetivo é criar esse elo para que os prefeitos catarinenses possam adquirir a Coronavac. Queremos ver se nesse acordo conseguimos o mínimo necessário para pessoas de risco em Santa Catarina”, reforça o médico.
A reportagem questionou a SES sobre o movimento da Fecam, que apenas reforçou que o Estado está alinhado ao PNI.
Com informações do NDMais