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Setor de Emergência do HNSC: situação preocupa a direção do hospital

A procura por atendimento na Emergência do Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC), de Tubarão, é preocupante. A demanda é de aproximadamente 300 atendimentos ao dia. Infelizmente, a maioria são casos ambulatoriais (consultas de competência dos postos de saúde). O Setor de Emergência do HNSC tem o dever de atender casos de urgência e emergência, e priorizar o atendimento aos pacientes que correm risco de morte. A saúde pública do município e região não é responsabilidade do hospital. Para isso, Tubarão tem 30 postos de saúde e três clínicas de referência (ver tabela). Outros serviços, como o Ambulatório Médico de Especialidades (AME), da Unisul, também podem ser procurados pela comunidade.

A direção do HNSC agradece a população de Tubarão e região pela confiança e preferência, porém, alerta que a “situação está ficando insustentável”. Como a preferência são os casos de urgência e emergência, as pessoas que buscam atendimento para casos ambulatoriais (postos de saúde) reclamam da demora no atendimento. Algumas geram tumulto e desrespeitam o médico e a equipe de enfermagem.

Dentre os atendimentos já realizados, foram registradas as seguintes situações: “bicho de pé”, dor de ouvido, ansiedade, “perdeu o sono”, diarreia há um dia sem outras queixas, “acho que vou gripar”, urticária, dor de garganta, tosse, dor na coluna, manchas no corpo sem outras associações, dorsalgia há cinco anos, infecção urinária, conjuntivite, dor na perna há dez anos, dor no braço esquerdo, “dei um jeito na coluna”, distúrbio do sono, furúnculo sem abcesso, dor nas costas há dois meses, crise nervosa, soluço… Inúmeros pacientes são oriundos de outros municípios da região.

“Ao contrário do que boa parte da população tem em mente, é preciso deixar muito claro que o Hospital Nossa Senhora da Conceição não tem sobre si, a integral responsabilidade de atendimento de todos os casos que batem à sua porta. É hora dos municípios mudarem de postura, para que de forma efetiva e resolutiva, assumam suas responsabilidades perante a saúde de sua população. Se isso não acontecer rapidamente, não vamos conseguir garantir a continuidade dos serviços à população”, afirma a direção.

A Emergência – Quem está do lado de fora do Setor de Emergência talvez não tenha consciência que o atendimento de um paciente em estado grave pode durar até cinco horas e, muitas vezes, durante este período outros casos graves podem chegar, demandando um tempo ainda maior no atendimento. Dois médicos realizam o atendimento. Um na Sala de Primeiro Atendimento, para onde são encaminhados os pacientes em estado grave. A maioria é trazida pelo SAMU e Corpo de Bombeiros. Neste local também há leitos de tratamento semi-intensivo (alguns são pacientes que aguardam vaga na UTI). O outro médico realiza o atendimento no consultório.

A enfermeira Rejane de Bem lembra que, muitas vezes, quem está à espera de uma consulta não sabe que na Sala de Primeiro Atendimento há pessoas passando mal, com risco de morte, e que há toda uma equipe envolvida com este paciente. “Há casos em que é necessário dois médicos no Primeiro Atendimento. Pode ser que já estejamos com um paciente em estado muito grave e chegue um acidentado. Nestas situações, as consultas precisam ser interrompidas para que os dois médicos acompanhem estes atendimentos graves”, ressalta.

Outra questão a ressaltar é que, além das consultas, há retorno das consultas realizadas. O tratamento recomendado pelo médico também é muito importante. Antes de voltarem à Emergência, as pessoas devem iniciar o tratamento, fazendo uso correto da medicação.

Crianças e Exames – Uma orientação muito importante que a direção do Hospital Nossa Senhora da Conceição deseja passar à população é quanto aos atendimentos de crianças. A instituição não disponibiliza atendimento pediátrico no Setor de Emergência (SUS), nem no Pronto Atendimento (consultas particulares e por convênio). Crianças só deverão ser trazidas ao HNSC em estado grave ou com encaminhamento para internação. É comum também a presença de crianças nos horários de visitas. “Lugar de criança não é no hospital”.

Através do próprio relato de pacientes, muitos são os casos em que a procura pelo atendimento é para solicitar exames. A Emergência também não é local para solicitação de exames. Todos os municípios dispõem de cotas para realização de exames, que são disponibilizadas através das consultas realizadas nos postos de saúde.

Gripes – Com a proximidade do inverno, a demanda de atendimentos a pessoas com sintomas de gripe aumenta no Setor de Emergência do HNSC, o que causa riscos aos pacientes graves que ali estão sendo atendidos. Este é outro tipo de atendimento que não deve ser realizado no hospital, já que todos os postos de saúde possuem medicamentos indicados para o tratamento da gripe. O hospital só deve receber os casos graves e de encaminhamento para internação.