Geral

Sobram vagas de emprego em Braço do Norte

Entre os problemas, está o baixo salário oferecido pelas empresas e a falta de mão de obra qualificada

Uma das principais reclamações dos empresários do Vale é a falta de mão de obra qualificada. O resultado é um grande número de vagas não preenchidas. Somente no Sine de Braço do Norte, há 300 oportunidades de emprego.

Este ano começou com uma queda de 50% no movimento do Sine. Conforme o responsável pela agência de Braço do Norte, Mazoli Nunes Beza, o Coca, 40% das vagas são focadas para trabalhadores com mão de obra qualificada. Para os outros 60%, não é necessária qualificação.

Houve uma queda brusca em relação ao ano passado, quando 30 pessoas eram atendidas por dia. Hoje, não passa de 15. “Penso que a oferta do salário é baixa. Há muitas pessoas que chegam a nos procurar, mas quando olham o valor do pagamento desistem”, relata. 

A Associação Empresarial do Vale de Braço do Norte (Acivale) tem costurado o desenvolvimento de ações para mudar esta realidade. Muitos empresários buscam profissionais em Tubarão, Imbituba, Criciúma, Florianópolis e até fora do estado.

Quanto ao salário oferecido pelas empresas, o diretor financeiro da Áurea Alimentos, Lauro Rita da Silva, concorda em partes. “Cada classe tem seu sindicato. Alguns ganham mais, outros menos. Mas o custo de um funcionário para a empresa é elevado, devido à alta carga de impostos que pagamos”, esclarece.

Lauro conta que os empresários pretendem expandir os negócios, mas limitam-se financeiramente. “Lamentamos muito, porque é a economia da cidade que estabiliza, e todos saem perdendo”, pontua.

A solução vem do Haiti

Segundo o Jornal Notisul, o problema de encontrar mão de obra qualificada é que atrasa a expansão dos negócios. Tanto que empresários não descartam a possibilidade de buscar serviço especializado no Haiti para suprir a demanda. São profissionais fluentes em pelo menos francês e português e que podem agregar, e muito, no desenvolvimento do empreendimento.

De acordo com o presidente da Associação Empresarial do Vale de Braço do Norte (Acivale), Silvio Bianchini, há regiões no estado e fora com falta de emprego. Por isso, a intenção é fazer um levantamento com a finalidade de incentivar as pessoas a irem até a cidade para preencher as vagas. “Muitas empresas acabam tendo sua produção prejudicada pela falta de profissionais capacitados”, ressalta o presidente.

Implantação do Senai é estudada em Braço do Norte

Empresários da Associação do Vale de Braço do Norte (Acivale) discutem a possibilidade de instalar uma unidade do Senai na cidade. Nesta semana, o presidente da entidade, Silvio Bianchini, reuniu-se com entidades políticas, o diretor regional adjunto do Senai, Marco Antônio Dociatti, e o diretor de Tubarão e Capivari de Baixo, Maximiliano Alves, para falar sobre o assunto. A administração municipal pretende capacitar a mão de obra local e abastecer a demanda de empregos.

Ontem, a classe empresarial reuniu-se novamente e, para o diretor financeiro da Áurea Alimentos, Lauro Rita da Silva, o encontro foi positivo. “Conseguimos visualizar negociações concretas, até porque é uma necessidade grande para a cidade. Pessoas para estudar não faltam. Eles acabam não fazendo os cursos técnicos por terem que se deslocarem para Tubarão ou Criciúma”, avalia.

Atualmente, a economia de Braço do norte é centrada na suinocultura e na indústria de molduras. “Embora a moldura tenha caído muito, hoje encontra-se em um patamar de reestruturação. Mas temos também a suinocultura como produto muito forte para a economia”, ressalta Lauro.