Política

STJ avalia pedido da PGR para investigar Raimundo Colombo

A base da apuração é a presença do nome de Colombo em planilhas apreendidas em 22 de fevereiro em dois endereços de Benedicto Barbosa Silva, presidente da Odebrecht.

Foto:Divulgação

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O Superior Tribunal de Justiça (STJ) avalia investigar o governador Raimundo Colombo (PSD) no âmbito da Operação Lava-Jato, segundo o portal de notícias G1. A investigação, que tramita em segredo de Justiça, foi aberta a pedido da Procuradoria Geral da República.

As investigações serão conduzidas pelo Ministério Público Federal (MPF), pela Polícia Federal e pelo próprio STJ. No fim da investigação, em caso de haver indícios, o MPF pode oferecer denúncia contra o governador ou arquivar o caso.

A base da apuração é a presença do nome de Colombo em planilhas apreendidas em 22 de fevereiro em dois endereços de Benedicto Barbosa Silva, presidente da Odebrecht Infraestrutura, elencando mais de 200 políticos que teriam recebido recursos da empreiteira. De acordo com as listas, Colombo seria destinatário de R$ 4,8 milhões divididos em três repasses.

As planilhas foram divulgadas um mês depois pelo jornalista Fernando Rodrigues, no site Uol. Em seguida, o juiz federal Sérgio Moro, do Paraná, decretou sigilo sob o material e determinou a remessa para o Supremo Tribunal Federal e para o STJ dos casos que envolviam foro privilegiado – caso dos governadores de Estado. 

O pedido de investigação foi feito pela Procuradoria-Geral da República e está sob segredo de justiça – a autorização do STJ para o prosseguimento do caso foi revelado na tarde de sexta-feira pelo portal G1.

De acordo com a reportagem do G1, o tribunal também determinou a coleta de provas solicitadas pela PGR – incluindo os dados telefônicos de um assessor da Casa Civil do governo catarinense, André Agustini Moreno. Ele foi alvo de condução coercitiva na 26ª fase da Lava-Jato, chamada Operação Xepa. A condução aconteceu no dia 22 de março, véspera do vazamento das planilhas em que Colombo é citado. Agustini Moreno é suspeito de ser o intermediário de R$ 1 milhão em propina paga pela Odebrecht. Foi na Operação Xepa que ficou caracterizada a existência de um setor da empreiteira responsável pelo gerenciamento e pagamento de propinas pagas a agentes públicos, o Departamento de Operações Estruturadas.

Em nota oficial, o governo do Estado voltou a argumentar que a Odebrecht não tem em Santa Catarina, desde 2011, início do atual governo, nenhum contrato, não executa nenhuma obra pública ou realiza qualquer serviço do Estado. 

Na sexta-feira à noite, a assessoria de imprensa do governador entrou em contato com a reportagem do DC para explicar que não foi autorizada a investigação contra o governador. Garantiu que apenas as acusações contra André Agustini Moreno teriam sido autorizadas pelo STJ.

Com informações do Diario Catarinense