Economia

Suinocultores otimistas com abertura de mercado

Produção de suínos tem sido reduzida na região devido à crise

Depois de cinco anos de negociações, os suinocultores catarinenses estão mais próximos de exportar o produto para os japoneses. O Estado recebeu ontem a aprovação da avaliação de risco. O anúncio foi feito após a reunião da Comissão de Sanidade Animal.

Ainda há alguns trâmites para serem resolvidos antes dos primeiros embarques. O anúncio da abertura do mercado japonês ao produto catarinense trouxe um pouco de esperança para os produtores. Mesmo na região do Vale do Braço do Norte a expectativa é positiva. “Isso impacta indiretamente na região. Muitos dos produtores daqui são independentes e vendem para pequenos frigoríficos. A medida tem maior impacto para as grandes indústrias e para os suinocultores que trabalham integrados a elas”, explica o representante da Associação Catarinense de Suinocultores, Adir Engel, de Braço do Norte.

A medida é vista com bons olhos porque há uma superprodução e não há, atualmente, demanda de mercado. Com o aumento das exportações, a tendência é regularizar a produção e a compra de carne suína. “De qualquer forma, hoje os produtores independentes e os integrados precisam se adaptar à nova realidade. Eles precisam reduzir a produção porque o custo está muito elevado e o preço pago não cobre sequer o que o suinocultor investe. É uma regra básica da economia. Quanto maior a oferta de produto, menor o preço dele no mercado”, observa Adir.

Na região, a produção tem sido reduzida. “De 2011 para 2012, a redução foi de pelo menos 15% e pode chegar a 20% do plantel. Esta redução se deve também à dificuldade com a alimentação dos animais. Não tem como arcar com os custos de produção se não há venda. O milho está muito caro, R$ 36 a saca de 60 quilos e responde por 70% da alimentação dos suínos. Hoje, o quilo do porco tem sido vendido a R$ 2,50, mas o custo de produção é de R$ 3”, revela o representante da ACCS.

Processo deve ser concluído em outubro

Amanhã, os secretários Enio Marques e Célio Porto, de Defesa Agropecuária e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, estarão em Tóquio para apresentar uma primeira proposta de Certificado Sanitário Internacional (CSI) às autoridades do Japão. Todo o processo deverá estar concluído em outubro.

O segundo ponto é a elaboração, por parte das autoridades japonesas, de uma lista de estabelecimentos de abate que atendam as exigências de saúde pública em relação à higiene e controles laboratoriais.

Atualmente, são exportadas 150 mil toneladas de carne suína produzida no Oeste para Rússia e Coreia do Sul. A expectativa é de que o mercado japonês compre mais 130 mil toneladas por ano, em um primeiro momento. O potencial de venda é de 1,6 milhão de toneladas por ano, o que representa o dobro da produção atual do Estado.

Diário do Sul