Issanayê Ramires, brasileiro no comando da seleção coreana, fala sobre a trajetória e enfatiza os jogos em SC como parte essencial da preparação para o Campeonato Mundial

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A seleção masculina de vôlei da Coreia do Sul desembarca neste sábado (5) em Balneário Arroio do Silva, no Sul de Santa Catarina, onde inicia os treinos para uma série de amistosos contra a Seleção Brasileira B. O primeiro jogo acontece no dia 6 em Criciúma, seguido de partidas em Cocal do Sul (8), Arroio do Silva (10) e Tubarão (12).
À frente da equipe está o técnico Issanayê Ramires, mineiro, mas que tem forte ligação com o estado. “Tenho envolvimento com Santa Catarina. Um dos meus filhos jogou em Jaraguá do Sul, hoje está no Guarulhos. Minha filha joga na equipe sub-17 feminina de Jaraguá. Passei férias em Bombinhas, tenho amigos aqui, inclusive na imprensa. É um estado muito especial pra mim”, ressalta.
Segundo o treinador, os amistosos em SC são parte fundamental da preparação da Coreia para o Campeonato Mundial, onde enfrentarão uma chave duríssima com França, Argentina e Finlândia.
“A expectativa é de muito aprendizado. Vamos encarar uma seleção brasileira com padrão físico de alto nível, jogadores que já atuam na Superliga. Precisamos passar por essas dificuldades para crescer. O objetivo é sair dessa experiência mais fortes tecnicamente, taticamente e emocionalmente”, afirma Issanayê.
A carreira do treinador começou no tradicional Minas Tênis Clube, onde atuou por 15 anos, além de integrar a comissão técnica da seleção brasileira de base. Em 2018, iniciou a trajetória internacional, comandando equipes e seleções no mundo árabe. Foi com o Bahrein que conquistou a medalha de bronze na Copa da Ásia. Depois, no Paquistão, levou a equipe a resultados inéditos, como o 5º lugar no Asian Games, eliminando justamente a Coreia do Sul, país que o convidaria meses depois.
“Assumi a Coreia com o objetivo de elevar o nível da equipe. Já conseguimos a classificação para o Mundial, algo que não acontecia há 11 anos, e ficamos em terceiro lugar no Challenge da Ásia no ano passado. Agora, queremos dar um salto ainda maior”, relata.
Issanayê também tem apostado em um modelo de trabalho adaptado. “Apesar de ser brasileiro, meu estilo hoje é muito mais focado em desenvolvimento tático e controle emocional. A escola coreana tem uma base técnica muito sólida. O que eu faço é ajudar os atletas a manterem a cabeça no lugar nos momentos de pressão”, explica.
A recepção à equipe, segundo ele, tem sido positiva. “Hoje muita gente escuta K-pop, assiste K-dramas… Existe essa curiosidade em torno dos atletas. Eles estão animados, aprendendo palavras em português e interagindo com o público. Vai ser legal ver essa troca em Santa Catarina.”
O treinador espera que o público compareça. Mesmo com a torcida do outro lado. “Espero que os ginásios estejam cheios. Que a gente sinta a energia da torcida, mesmo que contra. Vai ser um espetáculo bonito para todos.