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Temporada da pesca da tainha em SC termina com 1,8 mil toneladas

Limite de captura com barcos artesanais e rede anilhada foi ultrapassado ainda em junho; resultado foi melhor que em 2020

Divulgação

A temporada da pesca da tainha de 2021, que terminou no dia 31 de julho, apresentou melhores resultados do que 2020. Ao todo, 1831 toneladas de peixe foram capturadas pelos pescadores do Estado, 611 a mais do que no ano passado. Os números incluem as duas modalidades da pesca — artesanal e industrial. Apesar da melhora, o número máximo de peixes a serem capturados pela pesca artesanal foi atingido ainda em junho e os pescadores catarinenses precisaram parar de pescar.

Os começos das manhãs de maio a julho foram marcados por peixes pulando na areia. Um lanço expressivo na região da Grande Florianópolis ocorreu no começo de junho com a captura de 15 mil tainhas na Praia da Cima, em Palhoça. Ao todo, em 2021, a pesca de arrasto de praia capturou 641 toneladas, enquanto a industrial de cerco pescou 627 toneladas e, a artesanal com rede anilhada, 901 mil kg de peixe.

O presidente da Federação dos Pescadores de Santa Catarina (Fepesc), Ivo da Silva, explica que para os pescadores terem sucesso em uma temporada alguns fatores climáticos precisam contribuir.

— Para termos uma boa pesca, precisa esfriar, dar vento sul para que os peixes cheguem até aqui, e quando eles chegarem por perto, o vento precisa acalmar para que eles cheguem na praia. Esse é o ritual que precisa acontecer pra uma boa pesca. Isso na artesanal, claro. A industrial é um pouco diferente já que ela vai a procura do pescado em alto mar e não precisa esperar o peixe chegar na praia — explica.

O período da pesca é regularizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que faz a liberação das embarcações e controla a quantidade de peixe máxima a ser pescada em cada ano. Na pesca industrial de 2021, oito barcos de cerco foram autorizados a pescar, dois a menos que 2020. Na pesca artesanal com rede anilhada 126 embarcações foram credenciadas, quatro a menos que o ano passado.

Cotas de pesca na temporada

Nessas duas modalidades de pesca — artesanal e industrial — existe uma cota anual que define um limite máximo de captura de peixes na temporada. Esse número é estipulado por pesquisadores que levam em consideração as safras anteriores para não trazer riscos à manutenção dos estoques pesqueiros. O arrasto de praia é o único que não tem um limte de pesca.

A cota para 2021 de pesca com barcos artesanais com rede anilhada foi de 900 toneladas de peixe. Os pescadores, porém, ultrapassaram esse número e capturaram cerca de 901 toneladas de tainha ainda em junho, mais de um mês antes do fim da temporada pesqueira. A industrial, por sua vez, recebeu cota de 400 toneladas neste ano, e apenas 289 foram capturadas.

Nas duas situações o limite máximo de captura foi menor do que 2020, que era 1.196 toneladas para a artesanal e 627 para a industrial. Para o presidente da Fepesc essas cotas são muito baixas e deveriam ser de no mínimo 1500 toneladas por ano.

O gerente de Aquicultura e Pesca do Estado, Sérgio Winckler, concorda. Para ele, a pequena cota gerou um problema para as famílias que dependem da renda da pesca.

— Um problema que aconteceu foi que as cotas para o anilhado e o cerco foram menores neste ano e para o anilhado a cota foi atingida em junho. Vários barcos, principalmente os menores, por não ter poder de deslocamento, ficaram sem pescar depois de junho — conta.

A temporada da pesca da tainha

A temporada 2021 da safra de tainha começou no dia 1º de maio na modalidade arrasto de praia. Uma série de medidas foram adotadas devido à pandemia da Covid-19. O período de pesca terminou no dia 31 de julho.

Com informações do NSCTotal

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