Saúde

Teste da orelhinha, obrigatório e gratuito

Foto: Katia Farias

Foto: Katia Farias

Talvez muitos pais desconheçam, mas todo bebê ao nascer, é obrigado a fazer alguns testes para saber se a saúde do recém-nascido esta em ordem. O teste da orelhinha é um deles, e de extrema importância, com a finalidade de identificar se existe alguma deficiência auditiva.

O exame obrigatório, imposto pelo ministério da saúde, pode ser feito já nas 48h de vida do recém-nascido, mas os pais podem realizar o exame até 28 dias após o nascimento do bebê. Ainda na maternidade, a mãe recebe as orientações de quando e onde deve realizar o teste, que é feito por uma fonoaudióloga. Com o teste, é possível detectar qualquer tipo de problema auditivo precocemente, e desta forma, caso seja necessário, iniciar um tratamento.

De acordo com o ministério da saúde, a surdez é uma das doenças mais encontradas em nosso país. Os dados também apontam, que o índice de surdez em toda população é de uma a duas pessoas para cada 1000 nascidos vivos; por esse motivo, o teste é obrigatório e serve como prevenção para os cuidados auditivos.

No HSJosé são realizados cerca de 250 partos por mês, segundo a fonoaudióloga, Daniela Burtet Machado, destes, pouco mais de 160 recém-nascidos tem comparecido para realizar o exame nos últimos meses. A especialista realiza o teste da orelhinha no HSJosé e HMI Santa Catarina, e afirma que o método para triagem auditiva neonatal é o exame de Emissões Otoacústicas Evocadas (EOAs), e dura em média de cinco a 10 minutos. “O teste da orelhinha é muito importante e rápido, mas mesmo assim, muitas mães deixam de comparecer ao hospital na data marcada para realizar o exame, porque imaginam que não seja necessário. Este ano só em nossa região, já tivemos seis bebês com deficiência auditiva de graus variados. Isso é sério, os pais precisam se conscientizar que quanto antes detectarem o problema, mais rápido podem iniciar o tratamento”, declara a fonoaudióloga.

Muito objetivo e preciso, o exame não faz o bebê sentir nenhum tipo de dor, é realizado quando o bebê esta dormindo e não é invasivo, não havendo assim, nenhuma contraindicação.

O resultado é repassado logo após o teste e deve ser encaminhado ao pediatra que solicitou, para validar no protocolo de avaliação do recém-nascido. Caso a fonoaudióloga tenha detectado alguma anormalidade com a triagem, o bebê deverá ser encaminhado para uma avaliação mais complexa, chamada avaliação otorrinolaringológica, além dos exames complementares. Confirmados o tipo e a gravidade da perda auditiva do recém-nascido, o mesmo será encaminhado para um especialista, onde a família receberá todas as orientações necessárias para tratamento e uso de aparelho de amplificação ou implante coclear, além da terapia com a fonoaudióloga.

Daniela orienta ainda, que todas as crianças precisam realizar o teste para que os pais tenham certeza que a audição é perfeita. Se após o teste, ao longo da infância a criança apresentar qualquer tipo de alteração, é importante procurar um especialista. “Com a prevenção podemos minimizar os efeitos que a perda de audição causa na vida das pessoas, principalmente das crianças que estão em fase de descobertas e aprendizagem”, aponta a especialista.

O teste da orelhinha é um procedimento oferecido gratuitamente à população. Em 2012 foram realizados cerca de 280 mil testes da orelhinha nos municípios onde o serviço é oferecido.

Colaboração: Katia Farias