Educação

The Voice Kids

Foto: Divulgação

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É inegável que, na quase totalidade das famílias, a televisão é o meio de comunicação que mais se faz presente em horários diversificados, dependendo das atividades de cada um, claro, mas é evidente que aos domingos ela ocupa um maior tempo por ser o momento em que pai, mãe e filhos desfrutam da companhia mútua (supõe-se!). Consequentemente, acabam juntos na sala, lugar privilegiado do poderoso equipamento, que na maioria das vezes acrescenta pouco a nossa vida, havendo, contudo, algumas exceções.

Há muito, não tínhamos nas tardes de domingo um programa que enchesse nossos olhos, que fosse digno de ocupar nosso precioso tempo, até que surge o “The Voice Kids” , um entretenimento  capaz de mexer com nossas emoções, não só pela beleza da voz das crianças, mas, acima de tudo, pelas valiosas lições por elas deixadas. A cada apresentação, a certeza de que a criança é a força que move o mundo, pois nela reside a esperança. O amor pela família, a pureza de alma, as lágrimas de emoção por cada etapa superada, o carinho entre elas, o comprometimento, a seriedade, mas, acima de tudo, o apreço mútuo na competição passou-nos, talvez, a maior lição a ser apreendida: o respeito à individualidade.

Enquanto o Big Brother Brasil promove canalhices ao vivo e em cores, protagonizadas por um bando de desocupados que se submetem às maiores baixarias por dinheiro, construindo as relações com o próximo na base da falsidade, mentira, infidelidade, hipocrisia, leviandade, as crianças conservam a inocência e o sonho de buscar na arte a realização de um projeto de vida. Enquanto nossos políticos perderam a vergonha em nome de uma falsa democracia, as crianças dão-nos o maior exemplo de liberdade com responsabilidade encarando com comprometimento, honestidade e lealdade os desafios a que se propuseram. Enquanto o mundo promove a guerra, as crianças nos emocionam com a esperança que têm de um mundo melhor.

Cada criança que encheu de alegria nossas tardes de domingo trouxe consigo uma história de vida. Mas, quero aqui refletir sobre o menino vencedor: Wagner Barreto, que nos deixou lições inexistentes nos livros, nas melhores enciclopédias, pois nos provou que a família é a base para uma sociedade estruturada, saudável e equilibrada, independente de qualquer situação. De origem humilde, residente no interior, vivendo em meio à natureza, longe da modernidade, desenvolveu seu talento com naturalidade, sem ambições, e, quando menos espera, o mundo lhe abre as portas para alçar voos valendo-se do talento que Deus lhe deu, cultivado e apoiado pela família, que, apesar das dificuldades, sempre o orientou, educando-o no caminho da humildade, da responsabilidade. Prova disso, foi a reação do menino ao ser proclamado vencedor: correu para os braços do pai para agradecê-lo. Aquele pai simples que, diante das câmeras e das luzes, sentiu-se atordoado, sem palavras, banhado em lágrimas. Beijou o filho de uma forma emocionante e foi retribuído.

Que bom seria se estas lições de vida fossem proliferadas no mundo. Todos seriam mais felizes!