Saúde

Trabalhadoras acionam justiça após HSJ anunciar fechamento de creche

Foto: Arquivo / Daniel Burigo / A Tribuna

Foto: Arquivo / Daniel Burigo / A Tribuna

O anúncio de fechamento da creche do Hospital São José mobilizou três mães que trabalham pela instituição à procurarem pela justiça. Em defesa dos direitos das funcionárias de estarem próximas de seus filhos para poder amamentá-los, o Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Saúde de Criciúma e Região – Sindisaúde entrou com uma ação civil na 3ª Vara do Trabalho de Criciúma. Com previsão de ser fechada em setembro, trabalhadoras e sindicato pedem que o atendimento seja garantido através da instituição.

Conforme o presidente do Sindisaude, Cléber Ricardo Cândido, a decisão do hospital não teria sido informada com antecedência às mães, que usam meia hora amamentar as crianças pequenas. Situada ao lado do hospital, a creche funciona para atender mães e bebes de até um ano de idade. O anúncio de fechamento foi feito nessa última semana e, conforme sindicato, novas crianças já não estão sendo aceitas no hospital.

A Consolidação das Leis do Trabalho – CLT determina que empresas com mais de 30 funcionárias com idade superior a 16 anos ofereçam local adequado para amamentar bebês de até seis meses. “O hospital tem 1.200 funcionários dos quais mais de 900 são mulheres. Além de prejudicar as mães, que agora terão um período reduzido para amamentar os seus bebês, ainda cometeu uma atitude antissíndical espalhando de forma odiosa que o sindicato havia participado da tal negociação”, diz.

Mas, conforme o gerente de Recursos Humanos – RH do hospital, Carlos Starremberger, um contrato foi firmado com a Associação Feminina de Assistência Social de Criciúma – Afasc, disponibilizando 20 vagas para os filhos de funcionárias. A parceria já é válida desde fevereiro e permite que crianças de até três anos também sejam atendidas, em diferentes creches ligadas à associação.

“Nós concedemos às mães o tempo que elas precisarem para a amamentação. Se for mais longe e demorar mais, não tem problema”, garante. Sobre o número de crianças atualmente atendidas, Starremberger frisa ser apenas uma, que inclusive não estaria indo até o hospital. “É apenas uma e não está nem vindo porque está com sarampo. A incidência é muito baixa”, diz. Ainda, afirma que o novo contrato e a atual situação já teria sido informados ao sindicato em reunião. “Se alguém não ficou satisfeito com essa mudança, não nos procurou. Mas, se nos procurarem, iremos resolver”, afirma o gerente.

Assunto antigo

Conforme Cléber, o assunto já foi debatido entre o sindicato e a direção do hospital em diversas oportunidades. A instituição havia se comprometido em fazer um novo convênio para instalar a creche em outro local, desde que fosse próximo das mediações. No entanto, essa proposta não se manteve da forma esperada. “O hospital ia tentar resolver essa questão, mas não disseram mais nada e vieram com essa notícia. É uma mudança unilateral de trabalho, que fica muito longe do local de serviço para que as mães possam ir até seus filhos em meia hora”, afirma.

Na quarta-feira (17), o Sindisaude e os trabalhadores realizarão uma manifestação no hospital sobre diferentes aspectos que envolvem os direitos trabalhistas. O fechamento da creche estará entre as reivindicações.

Com informações de Denise Possebon / Clicatribuna