Universidade enviou ofício ao governador Carlos Moisés nesta quinta-feira (25) alegando que a medida "desprotege o indíviduo" contra a Covid-19
A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) enviou nesta quinta-feira (25) um ofício ao governador Carlos Moisés (sem partido) questionando a liberação do uso de máscaras contra a Covid-19 em ambientes abertos. A instituição alega que a não obrigatoriedade no Estado pode trazer riscos ao combate à pandemia.
O documento é assinado pelo reitor da UFSC, Ubaldo Cesar Balthazar. No texto, ele diz que a medida levou em conta a consulta com pesquisadores da universidade que alegam que ainda não é o momento de dispensar as máscaras. Por isso, ele pede que o governo reavalie a decisão.
“Dispensar a máscara, mesmo em ambientes abertos e sujeitos, ainda assim, a aglomerações, é desproteger o indivíduo de uma medida barata e eficiente para redução da transmissão. Já é uma conclusão científica amplamente pacificada que o vírus é transmitido pelo ar e que o risco é menor em ambientes abertos, mas ainda existente”, argumentou no ofício.
Ele também diz que apenas a vacinação não impede a transmissão do vírus e, com a alta circulação viral, há a “probabilidade do aparecimento de novas variantes, que podem gerar escape vacinal”.
“Liberar o uso da máscara pode representar, em curto e médio prazos, impactos a serem sentidos em semanas e, quiçá, demandar novas e indesejáveis medidas restritivas”, finaliza o documento.
O Diário Catarinense procurou a Secretaria de Estado da Saúde (SES) para entender a posição da pasta em relação ao ofício, mas não teve retorno até a publicação desta reportagem.
O decreto que fala sobre a liberação das máscaras em ambientes abertos em SC foi assinado nesta quarta-feira (24) e já está em vigor. O uso continua obrigatório em ambientes fechados ou naqueles em que não é possível manter o distanciamento.
MP avalia decisão
O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) também está avaliando a medida adotada pelo Governo do Estado para dispensar o uso de máscaras. O caso é analisado pela 33º Promotoria de Justiça.
Segundo o órgão, caso seja verificada alguma incompatibilidade com as normas sanitárias superiores, a promotoria recomenda que medidas sejam providenciadas. Porém, ainda não há uma data de quando a análise deve ser finalizada.
Sobre a liberação em nível federal, o Ministério da Saúde disse, em nota, que realiza um estudo para avaliar a flexibilização do uso de máscara com o avanço da vacinação. Porém, ele ainda está em elaboração pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), sem prazo para ser divulgado.
Com informações do NSCTotal