Dinheiro não sacado, fica como sobra em uma conta.
O Ministério da Saúde está pagando agentes comunitários da saúde que não desempenham mais as funções em Morro da Fumaça. Ao menos é o que indica o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), disponível para consulta pública via internet.
É o caso da costureira Silvane de Bettio, que foi demitida dos quadros de agentes em junho de 2010. "O meu último recebimento foi neste mesmo mês. Depois disso, nenhum valor foi depositado", conta. Ela consta, porém, como ativa no cadastro. Situação semelhante vivem Valdete da Luz Corrêa, Elisangela Ione de Medeiros e Maria Clarisse Romão.
Mas há um caso mais grave ainda: Alair da Silva Garcia, uma ex-agente que faleceu em agosto de 2011 e que ainda consta no cadastro de agentes e, teoricamente, estaria recebendo salários. A irmã dela, Adelir da Silva, confirma que Alair recebia o pagamento através de uma conta pessoal e que, depois de falecida, os depósitos deixaram de ser feitos.
A denúncia foi levantada na Câmara de Vereadores pelo diretor da rádio comunitária de Morro da Fumaça, Ari de Mattos. A coordenadora do Programa de Agentes Comunitários de Saúde, Janaína Bertan, explica que o cadastro é atualizado a cada seis meses pelo Ministério da Saúde e que, o dinheiro não sacado, fica como sobra em uma conta sendo recolhido posteriormente.
A Tribuna
Foto: Rodrigo Medeiros
