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Vereador Michell Sombrio participa de evento em Barcelona e traz ideias que podem ajudar no desenvolvimento regional

O parlamentar se licenciou da Câmara e viajou com recursos próprios. Lá conheceu muitos empresários e teve a oportunidade de apresentar as potencialidades da cidade e região

Divulgação

O vereador de Braço do Norte, Michell Sombrio (MDB), participou do Smart City Expo World Congress (SCEWC), em Barcelona na Espanha, maior evento mundial sobre Cidades Inteligentes e Mobilidade Urbana que ocorreu entre 15 e 19 de novembro deste ano.

Michell foi conhecer como as cidades de outros países estão solucionando seus problemas e se desenvolvendo de forma mais sustentável, de lá trouxe ideias inovadoras que podem ser compartilhadas com os gestores de Braço do Norte para que juntos atuem no crescimento do município. Para esta viagem, o vereador se licenciou da Câmara e viajou com recursos próprios.

O SCEWC reuniu gestores municipais e especialistas de todo o mundo em debates e apresentações de cases. Cerca de 60 brasileiros participaram do evento e Michell foi o único do Sul de Santa Catarina, representa Braço do Norte e também a Amurel. Como é um dos maiores incentivadores do desenvolvimento não só da sua cidade, mas de toda a região.

Michell entende que um município não se desenvolve sozinho e pretende compartilhar toda sua experiência com gestores regionais. “Cada vez mais os governantes entendem que o desenvolvimento das cidades caminha em  direção  ao  uso  racional  e eficiente  dos  recursos  naturais,  humanos e  financeiros, centrado em melhor qualidade de vida para os cidadãos”, enfatiza.

O evento se concentrou em oito temas principais: tecnologias habilitadoras; energia e meio ambiente; mobilidade do amanhã; governança; vida e inclusão; economia; infraestrutura e construção; e proteção e segurança.

Michell lembra que o conceito de cidade inteligente não quer dizer que é 100% tecnológica com carros voadores, carros autônomos. A solução é utilizar o máximo de eficiência que o município proporciona, se basear em dados para tomar decisões assertivas para resolver mais problemas gastando menos, e não tomar decisões que vieram de “achismos” de um gestor ou grupo político.

“Existem ferramentas que avaliam a melhor solução para o trânsito, agricultura, saúde e também outras tantas tecnologias que estão rodando pelo mundo que oferecem melhorias”.

Geração de ideias viáveis para Braço do Norte e região

Michell faz questão de ressaltar que a viagem para Barcelona foi feita sem recurso público. “É uma pauta que gosto, é aprendizado. Essas viagens são importantes para quem tem mandato e quer conhecer coisas novas.  Às vezes um problema que temos no nosso município, outro país já resolveu e na conversa você pode ter ideias de soluções para problemas locais. É uma troca de experiência, temos que sair um pouco da bolha”, enfatiza.

O parlamentar elenca os principais pontos a serem melhorados:

– Soluções para o meio ambiente

Michell fala sobre tratamento de resíduos sólidos, que para ele é uma premissa. E pensando em buscar outras possibilidades no tratamento do lixo foi visitar umas das plantas de tratamento de resíduos sólidos de Barcelona.
De acordo com Michell, o sistema é completo e além de reciclar o material, transforma grande parte do lixo em energia. De todo lixo coletado, ao final do ciclo do sistema, apenas 5% vai para o aterro. Para Michell é possível buscar soluções menos degradantes, basta unir forças e tratar o problema como prioridade, um consórcio entre os municípios poderão ser o modelo ideal.

“Em Braço do Norte, segundo o diagnóstico realizado pela Líder Engenharia para o plano municipal de saneamento básico, a média de lixo coletada em 2020 foi de 19,6 toneladas/dia de resíduos sólidos. Deste total apenas 1 tonelada é de material reciclado. O estudo também indica que em 2041 a média de coleta anual será de 10.000 toneladas em nossa cidade, se não fizermos nada, mais de 80% deste montante continuará indo para aterros sanitários.

– Mobilidade urbana

Um dos gargalos das cidades são os problemas com a mobilidade urbana. Michell entende que é preciso ter um estudo minucioso em busca de soluções para motoristas, ciclistas, pedestres e motociclistas. “Países desenvolvidos utilizam softwares com inteligência artificial nos semáforos onde é possível programá-los para identificar os horários de pico, por exemplo”.

A questão do estacionamento é um grande problema para Braço do Norte e já existem ferramentas tecnológicas que ajudam a melhorar a situação. “Existem ferramentas que possibilitam o zoneamento de estacionamento de forma automatizada, sem a presença de pessoas, isso é uma coisa que gera menos custo para o município”.

Michell entende que o investimento em transporte coletivo é o que mais dará resultado para mobilidade urbana. Só assim será possível diminuir o fluxo no trânsito da cidade e transformar a cidade para as pessoas. “O mundo caminha para utilizar menos carros e está utilizando mais transporte público, então já é hora de se pensar em transportes públicos em algumas comunidades e localidades, por exemplo”.

A criação de ciclovias como outro modal de transporte é uma tendência mundial, além da infraestrutura, centenas de empresas privadas têm investido em sistemas de bicicletas compartilhadas. Só em Barcelona tem 1,5 mil quilômetros de ciclovias, mas é preciso muito planejamento para  interligar as ciclovias e ruas para facilitar o acesso a todos. “A utilização de bikes no mundo tem crescido muito e precisamos pensar grande ao fazer projeto para obras públicas, já deveriam ser obrigatórias a criação de ciclovias”.

– Iluminação Pública

Um dos custos que uma gestão municipal tem que lidar é com a iluminação pública. Durante o evento em Barcelona Michell conheceu ferramentas que auxiliam na economia com energia como um software de direcionamento de iluminação focal paras os postes não ficarem com luzes com a intensidade alta durante toda a noite. “Elas ficam com a luminosidade baixa e têm sensores de presença, quando alguém ou algum carro se aproxima do poste as lâmpadas vão aumentando a luminosidade automaticamente e depois voltam a baixar. Para situação de segurança e iluminação pública isso é super importante, sem contar que o município acaba gerando economia de energia”.

Braço do Norte e região aos olhos de empresários internacionais

Durante a viagem a Barcelona Michell conheceu muitos empresários e teve a oportunidade de apresentar as potencialidades de Braço do Norte e região. De acordo com o vereador alguns empresários têm investimento no Brasil, outros não, mas procuram cidades e regiões promissoras.

Com empresários em busca de cidades com enorme potencial econômico, Michell entende que a AMUREL deveria ter um projeto integrado entre as cidades para desenvolver a região como um todo.

“O interessante neste momento é identificar os elos faltantes da nossa economia para daí sim buscar empresas que possam investir na região, e então fazer o ciclo econômico perfeito. Às vezes nós temos uma empresa que precisa de um material específico e importa esse material. No papel de lideranças municipais podemos trabalhar para buscar uma empresa dessas que venha se instalar na nossa cidade ou região, e assim, suprir uma demanda industrial que temos com um custo mais baixo”.

Ainda sobre o tema desenvolvimento econômico, o vereador faz questão de focar na formação de talentos. Investir no ser humano, no desenvolvimento da criatividade, nos jovens para que eles possam criar produtos ou serviços com alto valor agregado.

“Por exemplo, Em Barcelona existe a 3D Incubator, incubadora só de projetos elaborados em impressão 3D  que auxilia no desenvolvimento dos jovens empreendedores da cidade. Então é algo que devemos pensar também, num laboratório de inovação voltado para este setor”.

Essas foram algumas experiências do vereador Michell em Barcelona, e há outras tantas que ela ainda tem para compartilhar com os gestores regionais, mas o que ficou de aprendizado e servirá de modelo para seu mandato, é pensar em como preparar Braço do Norte (e ajudar cidades vizinhas) para que não sofra colapsos durante crises econômicas, por exemplo, e outras tantas que podem vir.

“O grande diferencial que eu acredito que Barcelona tem é entender que quando teve a grande depressão as indústrias quebraram e resolveram investir na capacitação do ser humano. Foi aí que aconteceu a grande virada de chave, trabalhar o conhecimento e é isso que a gente precisa estar atento, por isso já estamos em contato com a Universidade La Salle Technova Barcelona para troca de experiências entre outras instituições de ensino”, finaliza.

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