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Vidas são salvas através da doação de órgãos

Somente em Santa Catarina, a fila dos transplantes possui 1.417 pessoas em espera

A doação de órgãos está se tornando mais popular a cada dia, o que possibilita que mais pessoas tenham conhecimento sobre a causa e outras vidas possam ser salvas. O diagnóstico de morte encefálica é um momento difícil para os familiares de uma pessoa, mas é uma forma em que se torna possível a retirada de órgãos.

Conforme o site Engeplus, essa é a definição legal de morte, já que é a completa e irreversível parada de todas as funções do cérebro. O paciente aparenta estar em um estado de sono permanente, pois ainda respira, apresenta batimentos cardíacos, o corpo está quante e a face ainda tem cor, mas, de fato, ele não tem mais vida.

Por isso, instituições e comissões de saúde lutam para que as pessoas tenham consciência sobre a importância da doação de órgãos ou de tecidos nos casos de morte encefálica. Porém, para que a doação seja possível, é necessário que as pessoas, ainda em vida, ou seus familiares demonstrem a vontade de doar uma ou mais partes do corpo para ajudar no tratamento de pacientes que passam por algum problema de saúde.

Histórias difíceis se contrastam porque ao mesmo tempo em que uma pessoa perde a vida, através da doação de seus órgãos uma ou mais pessoas podem ter a vida salva. O morador do Balneário Rincão, Júlio César, de 54 anos, é um exemplo. Há dois anos e meio ele não sofre mais com a espera de um doador de rim.

Hoje, celebra a recuperação de uma vida saudável e agradece alguém que nunca conheceu. "A única coisa que sei é que o rim doado veio de uma pessoa de outro Estado. Mesmo assim, tenho uma enorme gratidão pela família que permitiu a doação. Hoje, saio de bicicleta, vou pescar e faço tudo em casa sem nenhum problema", conta.

Em Criciúma, Sara Darella Lorenzo, de 32 anos, passou pela mesma situação. Ela sofreu por mais de quatro anos, mas, quando soube que precisaria de um transplante, esperou apenas dois meses. O doador, segundo Sara, também é desconhecido. Agora, ela vive feliz e tranquila, apenas com alguns cuidados necessários devido ao transplante, mas a alegria maior é saber que pode engravidar.

Júlio César e Sara não se conheciam, mas compartilhavam da mesma dor: longas horas na sala de hemodiálise do Hospital São José e a espera pela doação de um rim. Assim como eles, várias pessoas aguardam na fila da doação de órgãos no Brasil e no mundo. Por isso, foi criado em 1997 o Sistema Nacional de Transplantes, considerado um dos maiores programas públicos de transplantes de órgãos e tecidos do planeta. Com 548 estabelecimentos de saúde e 1.376 equipes médicas autorizadas a realizar transplantes, o Sistema está presente em 25 estados brasileiros, por meio das Centrais Estaduais de Transplantes.

Atualmente, em Santa Catarina, 1.417 pessoas aguardam a doação de um órgão. "As pessoas não precisam ter medo, precisamos conscientizar a população sobre o quanto é importante ser um doador. Lidar com a dor todos sabemos que não é fácil, perder uma pessoa é doloroso demais, mas salvar uma, duas ou mais vidas certamente traz um conforto ao coração", ressalta a presidente da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) do Hospital São José, enfermeira Daniela Luiz Rocha.