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Vídeo mostra turistas à deriva após naufrágio em SC

Foto: Reprodução RBS TV

Foto: Reprodução RBS TV

Imagens feitas por um passageiro de um barco de turismo que naufragou próximo à Ilha do Arvoredo, ao norte de Florianópolis, mostram os momentos anteriores ao acidente e também as pessoas à deriva no mar, enquanto aguardavam o resgate. A Capitania dos Portos investiga o caso, como mostrou o Jornal do Almoço dessa segunda-feira (7).

No dia do acidente, o barco levava 22 turistas e moradores da capital catarinense para uma área próximo à Ilha do Arvoredo onde é permitido o mergulho. A embarcação é de uma empresa que realiza esse tipo de passeio. O acidente ocorreu em 21 de novembro e a Ilha do Arvoredo fica ao Norte da Ilha de Santa Catarina. Todos sobreviveram.

A empresa que fazia o passeio afirmou que só vai se manifestar após a investigação da Capitania dos Portos.

Naufrágio

"O capitão não sabia exatamente o que estava fazendo. Estava perdido, ele não conseguia ancorar corretamente. Ficou 10, 15 minutos tentando estabilizar o barco", disse o publicitário Bruno Bandeira, passageiro do barco.

Foi durante esse procedimento que começou a entrar água na embarcação. Alguns passageiros chegaram a ficar presos dentro da cabine.

Coletes salva-vidas

Na hora, ninguém usava coletes salva-vidas. Eles estavam guardados na parte da frente do barco, como mostram as imagens. Os passageiros ficaram à deriva e só foram salvos depois de meia hora por uma embarcação da Capitania dos Portos.

"Eu não vi os coletes em momento algum que estava lá. A gente só viu que teve colete mesmo na hora que a embarcação afundou, que a gente começou a ver os coletes boiando e aí quem estava perto começou a pegar um", disse a empresária Aline Pinheiro.

A norma da Capitania dos Portos diz que os coletes salva-vidas têm de estar em local visível e de fácil acesso. Eles também devem estar livres para uso em emergência, em número 10% maior que o de passageiros.

Segundo a legislação, os passageiros não são obrigados a usar o equipamento, mas devem ser orientados sobre isso.

"Em nenhum momento foi oferecido colete para ninguém. Eu vi ao meu lado um casal de São Paulo que o rapaz e a moça não sabiam nadar. Ele pediu para o tripulante, 'eu queria usar um colete salva-vidas' e a mulher simplesmente respondeu 'olha, tem colete dentro do barco, mas tu não vais precisar usar porque é bem tranquilo, hoje o mar está tranquilo, nós vamos numa boa'", relatou Bruno Bandeira.

Tripulação

Para o passageiro, a tripulação não teve a devida atenção com as pessoas que estava na embarcação. "Em nenhum momento teve um grito de ordem do capitão para abandonar o barco, abandonar o navio, pular na água ou pelo menos uma ação da tripulação de ir lá dentro da cabine, pegar os coletes, distribuir ou jogar no mar para que cada um pegasse o seu. Foi sempre muito oculto".

As normas de segurança também dizem que a embarcação deveria levar uma balsa rígida para facilitar no salvamento. Mas não foi o que ocorreu.

Além disso, o comandante precisa ser habilitado e ter os documentos de condutor e da embarcação. A manutenção, de responsabilidade do proprietário, também precisa estar em dia.

Investigação

No caso da lancha que naufragou, oficiais da Capitania investigam o que realmente ocorreu. A embarcação já passou por uma perícia e, por enquanto, não pode voltar a navegar.

O inquérito sobre o incidente tem 90 dias pra ficar pronto. A hipótese mais provável, considerada pelo dono da empresa e que agora vai ser analisada pela Capitania dos Portos, é que a mangueira que ajuda a resfriar o motor tenha se soltado, o que permitiu que a água entrasse na embarcação.

O oficial designado pela Capitania vai apurar se houve negligência, falta de perícia, e se a falha que causou o naufrágio foi mecânica ou humana.

O processo administrativo pode resultar condenação dos responsáveis. Além de ter multas para pagar, a habilitação dos tripulantes e a licença da empresa podem ser cassadas.

Embarcações que navegam pelas águas catarinenses podem ter os documentos verificados a qualquer momento. A partir do dia 18, isso pode ser mais frequente com o início da Operação Verão. Outros barcos, além de um navio e um helicóptero, vão ajudar no trabalho.

Com informações do site G1 SC