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Vinho familiar é opção na região do Vale

Em uma região de produtores de suínos e gado, Edenilson Baschirotto insistiu com a uva e deu certo.

Foto: Bruno Marques Felippe / Divulgação / Notisul

Foto: Bruno Marques Felippe / Divulgação / Notisul

“O vinho é a única bebida viva do mundo”, define o agricultor Edenilson Baschirotto. Natural de Braço do Norte, cercado de criadores de gado de corte, de suinocultores e de produtores de leite, vem ganhando fama na cidade pela decisão de, há 20 anos, contrariar as expectativas do mercado local para dedicar-se exclusivamente ao trabalho com frutas, porém há 14 anos produz vinho artesanal.

“O segredo? Ninguém vai contar, né? Cada um que faz o seu vinho, você pode observar que gosta de produzi-lo sozinho”, brinca o descendente de italianos, de 47 anos, que estoca sete mil litros anualmente. Antes, Edenilson e sua esposa dedicavam-se ao fumo, justamente a atividade que herdou de sua família. 

A pequena produção, entretanto, proporcionava renda uma vez por ano, enquanto as frutas variam com as estações. A uva, por exemplo, tem colheita em janeiro. “Você esmaga a uva e em 100 dias tem um bom vinho”, explica.

Para melhorar a produção, o agricultor participa de treinamentos anuais promovidos pela Epagri, inicialmente sobre a qualidade da uva e depois sobre técnicas de processamento para sucos e vinhos, a maioria em Urussanga.

“Na verdade, você tem que se cercar da teoria. Depois, o mais certo é encontrar aquele senhor de 80 anos, sabe? Uma pessoa que produziu vinho uma vida toda. Passa uma tarde com ele e vai aprender a prática também. Nesta vida, percebi que nunca sabemos tudo. Estão sempre surgindo coisas novas e tem que correr atrás”, aconselha.

Preço da uva prejudica a safra

A propriedade de Edenilson possui vinhedos das variedades Bordô e Niágara. Para chegar a um melhor resultado, o agricultor segue técnicas de poda e adubação durante o inverno. O manejo dura o ano inteiro e exige uma certa sensibilidade do produtor, que pode colocar tudo a perder se descuidar de algum detalhe.

“A uva tem que vir bem doce. Nosso objetivo sempre é primar pela qualidade, pois o consumidor exige isso. Este ano, por exemplo, o clima não foi favorável, a uva ficou bem escassa e o preço dobrou”, ressalta.

Sobre o mercado do vinho, o produtor está otimista. Para dar conta da demanda, encomendou o fruto da serra gaúcha e pretende antecipar o estoque. Quanto mais tempo o vinho fica guardado, melhor o seu aspecto e paladar.

Com informações do Jornal Notisul