Economia

Voos e decolagens no aeroporto de Jaguaruna confirmados para o início de 2013

A operação do Aeroporto Regional Sul, em Jaguaruna, deve ser efetiva no primeiro semestre de 2013

Os poucos detalhes que faltam para o Aeroporto Regional Sul Humberto Ghizzo Bortoluzzi entrar em operação já refletem positivamente em Jaguaruna. Especialmente na comunidade de Água Boa, onde fica o empreendimento. Uma empresa de São Paulo esteve no local duas vezes recentemente para ver um terreno. O projeto inicial é construir um condomínio.

A revelação foi feita ontem pelo morador da localidade João Bertoldo, durante o lançamento da licitação de concessão da administração do aeroporto. Uma de suas ideias é atender trabalhadores como pilotos e aeromoças. Ele até já pensa na instalação também de um posto de combustíveis.

As áreas nos arredores valorizaram significativamente nos últimos dez anos. “Antes do aeroporto, cada hectare valia R$ 3 mil. Hoje, já se fala em R$ 300 mil”, conta João Bertoldo, que vendeu parte de suas terras para que o empreendimento fosse construído.

“O sul tem todas as condições de se desenvolver, e o aeroporto vem para reforçar isso. Vamos motivar as empresas a virem para cá”, avalia o governador Raimundo Colombo. Inclusive, uma empresa de treinamento de pilotos de Florianópolis, com mais de 200 alunos, mostrou interesse em se instalar no aeroporto regional imediatamente.

Dívida com desapropriações não foi paga

Ainda há uma dívida a ser quitada em torno do Aeroporto Regional Sul. Falta pagar mais de R$ 900 mil – valor atualizado – para os donos das terras onde foi construído o empreendimento.

O último repasse foi feito no fim de julho, R$ 40 mil, a João Bertoldo, o mesmo que tem recebido a construtora de São Paulo interessada em investir na região. Ele ainda tem R$ 70 mil a receber.

Os prefeitos que integram o Consórcio Intermunicipal Pró-Aeroporto não chegaram a um acordo de quanto cada um pode pagar e o assunto não foi encerrado como deveria. Mesmo assim, João Bertoldo garante que os proprietários não irão impor dificuldades caso não recebam.

“Se for para pagar, quero receber. Mas, se não pagarem, não vou atrapalhar o andamento”, assegura. “O aeroporto vai trazer um desenvolvimento fora de série”, acrescenta.

Vencedora da licitação receberá ajuda financeira

Lançado o edital para escolher a empresa que administrará o Aeroporto Regional Sul, as interessadas têm um mês para apresentar as propostas. Depois, são mais 15 dias para habilitação das concorrentes e outros cinco para homologação do resultado.

“Estou muito feliz por este momento. O aeroporto está pronto para receber o salto de desenvolvimento que a região sul precisa”, comemora o secretário estadual de infraestrutura, Valdir Cobalchini. “É um trabalho de mais de dez anos. Demorou mas saiu. Agora, vamos torcer para que nada dê errado nessa licitação”, acrescenta o empresário Genésio A. Mendes.

A empresa vencedora da licitação será responsável pela contratação das companhias aéreas que irão operar no local. E receberá R$ 250 mil por mês do governo do estado, para ajudar na manutenção, durante dois anos.

Avianca, Trip, Azul e NHT já manifestaram interesse. Mesmo assim, o governador Raimundo Colombo está preocupado em comprovar a viabilidade comercial do voos. “Este setor está muito forte. Tive conversas com o presidente da Azul, que começou a operar em Chapecó e mostrou interesse no sul”, confirma o governador, que convocou os representantes da região a montarem uma espécie de força-tarefa para promover encontros com os empresários do ramo da aviação.

Voos e decolagens no primeiro semestre de 2013

A inauguração do aeroporto pode ocorrer ainda este ano, na visão do secretário estadual de infraestrutura, Valdir Cobalchini. Porém, a operação deve ser efetiva apenas em 2013. “Dá para iniciar até o fim do primeiro semestre”, prevê o secretário de desenvolvimento regional em Tubarão, Haroldo Silva, o Dura.

Ainda falta a homologação da pista pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O governador Raimundo Colombo pretende resolver esta questão até o fim do ano. “Precisamos fazer outra frente de trabalho para ir a Brasília solicitar a autorização”, convida.

O terminal de cargas, suprimido do projeto, também é citado como parte fundamental para o funcionamento total do empreendimento. “Temos que viabilizar urgentemente este terminal, para beneficiar os nossos empresários e atrair novos investidores”, salienta o deputado federal Edinho Bez.
Inicialmente, o foco será apenas o transporte de passageiros. O que facilitará muito a vida de quem viaja, com frequência ou não. “Apesar de Florianópolis ser perto e ter um aeroporto como mais opções de voo, o acesso à cidade fica cada vez mais complicado”, destaca o governador, referindo-se ao trânsito complicado.

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