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Aeroportos da região: Quem tem mais força para prosperar?

Cerca de R$ 25 milhões de recursos podem ser destinados para o terminal aéreo em Forquilhinha

Foto: Notisul

Foto: Notisul

A intenção dos representantes da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) em renovar o convênio para continuar a administração do Aeroporto Diomício Freitas, em Forquilhinha, pode gerar em torno de R$ 25 milhões de investimentos em melhorias. O vice-governador Eduardo Pinho Moreira (PMDB), em visita a Tubarão na tarde dessa sexta-feira, confirmou a informação. É aí que dúvidas começam a surgir.
 
E a verba de mais de R$ 60 milhões investida na construção do Aeroporto Regional Humberto Ghizzo Bortoluzzi, em Jaguaruna, foi aplicada em vão? Este empreendimento pode tornar-se um ‘elefante branco’? Qual aeroporto de fato funcionará no sul com voos comerciais?
 
O aeroporto próximo a Criciúma, inaugurado em 1980, é administrado pelos representantes da Infraero desde 2006. “Acredito que o ramo da aviação tem mercado para os dois aeroportos do sul. Vai depender da demanda de passageiros. É uma questão lógica: as companhias aéreas investem onde tem mais retorno. Não significa que um deles acabará”, informa a superintendente do Aeroporto Diomício Freitas, Márcia Aparecida da Silva Santos.
 
Segundo matéria especial divulgada pelo Jornal Notisul, nos últimos meses, houve três visitas da equipe técnica da Infraero, a mais recente nesta semana, o que confirma a probabilidade da vinda de recursos federais. “Existe uma negociação para investimentos nos terminais aéreo e de cargas, na reforma da pista, enfim, acredito que até dezembro deveremos ter uma posição e o valor exato”, informa Maria Aparecida. 
 
Benefício para a região

Para o presidente da Associação Comercial e Industrial de Criciúma (Acic), César Smielevski, se confirmar as melhorias no Aeroporto de Forquilhinha, será um benefício para toda a região. “Já solicitamos um terceiro horário de voo junto à Infraero com um jato de 110 lugares. Com o apoio dos empresários e políticos, visamos o desenvolvimento de nossa estrutura”, destaca.
 
Elefante  branco

Expressão para uma posse valiosa da qual seu proprietário não pode se livrar e o custo de manutenção é desproporcional à sua utilidade ou valor. O termo tem origem nos elefantes albinos mantidos por monarcas do sudeste asiático, onde eram considerados sagrados e as leis os protegiam do trabalho. Receber um elefante branco de presente era simultaneamente uma benção e uma maldição, porque o animal não tinha muito uso prático que compensasse o custo de sua manutenção. Na política, costuma-se referir a obras públicas sem utilidade.
 
“Não há motivos para preocupação”

Para o gerente de operação da RDL, empresa que administra o Aeroporto Regional de Jaguaruna, Fernando de Castro, não há motivos para preocupação. “Mesmo que seja investido altos valores no Aeroporto Diomício Freitas, no local não há área o suficiente para maiores ampliações, não apresenta condições climáticas favoráveis como em Jaguaruna, que, além de ter mais espaço, sua posição geográfica é excelente para a aviação, mas se houver melhorias para a Forquilhinha é bom para a demanda daquela região, porque temos público para todos”, ressalta.
Conforme o presidente da Associação Empresarial de Tubarão (Acit), Eduardo Nunes, os aeroportos são independentes. “Temos como operar em dois moldais na região sul, melhorias para o aeroporto de lá não interferirão no Humberto Ghizzo Bortoluzzi. O aeroporto de Jaguaruna tem uma área muito maior, consequentemente, temos um comprimento de pista com maiores condições de operação, são dois locais diferentes, com públicos para todos”, avalia Eduardo.