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Caminhada lembra Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Infanto-juvenil

Foto: Divulgação

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O Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Contra Crianças e Adolescentes é lembrado no dia 18 de maio, mas, em Braço do Norte, as atividades que marcam a data ocorrem no dia 16, sexta-feira.

A partir das 14 horas ocorre, na Praça Padre Roer, a 2ª Caminhada de Combate ao Abuso Sexual, seguindo com apresentações teatrais do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculo (SCFV) e da Associação de Apoio à Criança e ao Adolescente (Asacad/Casa Lar).

A iniciativa é das secretarias de Assistência Social e Família, Centro de Referência da Assistência Social (Cras), Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), SCFV, Conselho Tutelar e Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA).

A data

A data foi escolhida porque em 18 de maio de 1973, Araceli Cabrera Sanches, oito anos, foi sequestrada, drogada, espancada, estuprada e morta por membros de uma tradicional família de Vitória, no Espírito Santo. Muita gente acompanhou o desenrolar do caso, desde o momento em que Araceli entrou no carro dos assassinos até o aparecimento de seu corpo, desfigurado pelo ácido, em uma movimentada rua da cidade. Poucos, entretanto, foram capazes de denunciar o acontecido. O silêncio da sociedade capixaba acabaria por decretar a impunidade dos criminosos.

Os acusados, Paulo Helal e Dante de Bríto Michelini, eram conhecidos na cidade pelas festas que promoviam em seus apartamentos e em um lugar, na praia de Canto, chamado Jardim dos Anjos. Também era conhecida a atração que nutriam por drogar e violentar meninas durante as festas. Paulo e Dantinho, como eram mais conhecidos, lideravam um grupo de viciados que costumava percorrer os colégios da cidade em busca de novas vítimas. A Vitória daquela época era uma cidade marcada pela impunidade e pela corrupção. Ao contrário do que se esperava, a família da menina silenciou diante do crime. Sua mãe foi acusada de fornecer a droga para pessoas influentes da região, inclusive para os próprios assassinos.

Apesar da cobertura da mídia e do especial empenho de alguns jornalistas, o caso ficou impune. Araceli só foi sepultada três anos depois. Sua morte, contudo, ainda causa indignação e revolta. O Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes vem manter viva a memória nacional, reafirmando a responsabilidade da sociedade brasileira em garantir os direitos de todas as suas Aracelis.

O dia 18 de maio foi criado em 1998, quando cerca de 80 entidades públicas e privadas, reuniram-se na Bahia para o 1º Encontro do Ecpat no Brasil. Organizado pelo CEDECA/BA, representante oficial da organização internacional que luta pelo fim da exploração sexual e comercial de crianças, pornografia e tráfico para fins sexuais, surgida na Tailândia, o evento reuniu entidades de todo o país. Foi nesse encontro que surgiu a idéia de criação de um Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual Infanto-Juvenil.

De autoria da então deputada Rita Camata (PMDB/ES) – presidente da Frente Parlamentar pela Criança e Adolescente do Congresso Nacional, o projeto foi sancionado em maio de 2000. Desde então, a sociedade civil em Defesa dos Direitos das Crianças e Adolescentes promovem atividades em todo o país para conscientizar a sociedade e as autoridades sobre a gravidade da violência sexual.