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Eclipse total do sol completa 20 anos

Criciúma estava no centro do fenômeno e recebeu visitantes de todo o mundo

Foto: Reprodução PortalSatc.com

Foto: Reprodução PortalSatc.com

Era por volta das 10h44 daquele dia 3 de novembro de 1994, quando a cidade de Criciúma bem como outras cidades do Brasil e países vizinhos pararam para assistir o eclipse solar total que ocorria naquele momento.

Durando pouco mais de quatro minutos, a lua se interpôs entre a terra e o sol, fazendo o dia virar noite e tirando toda a claridade de uma faixa estreita terrestre naquela quinta-feira.

Até 50 anos antes já se previa a sombra com 200 quilômetros de diâmetro, que passou em sua totalidade pelo Chile e Bolívia e Paraguai, entrando pelo Oeste de Santa Catarina passando pelas cidades de Criciúma, Lages, Chapecó e saindo na direção do oceano atlântico.

De acordo com o professor do Departamento de Engenharia de Agrimensura e pesquisador do fenômeno, Luiz Carlos da Silveira, o centro do eclipse no país esteve em Criciúma e Foz do Iguaçu, no Paraná.

“O acontecimento teve dois focos principais que influenciaram na região, o turismo e o estudo acadêmico. Na parte do turismo, visitantes de todo o mundo estiveram na cidade para acompanhar a rara situação. Já no meio acadêmico diversas áreas fizeram longos estudos para acompanha-lo”, explicou Silveira.

Na época, o professor elaborou um livrete chamado Fundamentos de Astronomia – eclipse de 3/11/94, um manual completo sobre todas as informações do que iria ocorrer naquele exato dia.

Da mesma maneira, a prefeitura do município e a Fundação Cultura de Criciúma (FCC) distribuíram panfletos para informar o que seria o eclipse tão esperado e também algumas cartilhas montadas pela Comissão Executiva Eclipse 1994, da Sociedade Astronomia Brasileira.

O projeto foi desenvolvido pela Divisão de Turismo com o apoio do oftalmologista Henrique Packter, que na oportunidade visava passar informações para a população, na busca do cuidado ocular na observação do fenômeno. De acordo com Packter, o projeto de prevenção já teve início no mês de março daquele ano, quando reuniões já eram realizadas para tratar do assunto.

Segundo reportagem especial do Portal Satc, para que a população conseguisse visualizar o eclipse, foram importados da Inglaterra duas mil unidades de vidro especial para a criação de óculos próprios, mas em seguida a chegada já se esgotaram as unidades.

“Logo depois com a ajuda do doutor Packter, criamos um filtro a base de placa de radiologia, estas que foram comercializadas cerca de cinco mil para as pessoas”, declarou Silveira.

Uma questão importante também foram os estudos de biólogos da região. Ao ver a reação da natureza diante do extraordinário acontecimento, notou-se que os bichos entravam nos ninhos, as galinhas cantavam e diversos outros aspectos que ocorrem da troca do dia para a noite, aconteceram naquele momento, apesar da hora.

O próximo eclipse total no país, será visualizado apenas no nordeste em 2/8/2046, mas em 2023 ocorrerá um fenômeno parcial na região norte do Brasil. Para a região sul a expectativa é que em 400 anos um novo eclipse ocorra.