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Encontro de haitianos é realizado no Morro da Santinha em Orleans

Orações, cantos, danças e muita conversa por meio de uma língua nada semelhante ao português. Assim foi o encontro desse domingo (20), no Morro da Santinha, em Orleans, promovido pelo Grupo Cáritas Diocesanas de Tubarão, em parceria com Orleans para os haitianos que vivem na região. 50 imigrantes que se misturavam entre haitianos, angolanos e dominicanos, que estão residindo e trabalhando em Orleans e cidades próximas como Braço do Norte e Tubarão, participaram do encontro.

No rosto de cada um, era possível perceber o sorriso cheio de esperança de alguém que deixou esposa, filhos, amigos e a própria cultura para buscar algo melhor e quem sabe, os trazer juntos para o Brasil, em breve.

Aos poucos, a religiosidade falava mais alto e os gestos de louvores tinham uma linguagem universal. Para transmitir a palavra de Deus por meio da Bíblia, as irmãs diocesanas e demais participantes do evento, utilizavam um interprete. Um haitiano que vive no Brasil há mais de um ano e entende bem o português. “É uma obra de Deus reunir todos esses haitianos aqui hoje e conseguir transmitir um momento de fé para eles. Deus está em todos nós e precisamos muito dele. Muitos desses imigrantes não se viam desde a chegada ao Brasil e outros nem se conheciam. É gratificante ter um momento como esse”, afirmou uma das irmãs.

“Foi um dia bem especial para mim. Cantar, orar, e conversas um pouco com meus amigos do meu país que sabem realmente da dificuldade que é morar no Haiti. Se eu pudesse, traria todos para cá para recomeçar nossas vidas”, conta o haitiano Sidol Aenelus, de 42 anos, que deixou a esposa e quatro filhos em extrema necessidade, além de ter perdido parentes e amigos no terremoto que devastou o país.

Todos os meses, Sidol conta que deposita algo próximo de R$ 2 mil reais para a família, porém acrescenta que o maior problema não gira em torno do financeiro. “No Haiti não tem comida para vender. Não é igual a ir a um supermercado e ter tudo a disposição. Falta comida em muitos lugares e em diversas casas de famílias haitianas” desabafa. Hoje em Tubarão, o ex bem remunerado mestre de obras do Haiti, é funcionário de uma empresa de vidros, em Tubarão.

São histórias parecidas com as de Sidol que fizeram com que estes novos imigrantes viessem em busca de novos sonhos e que fazem da nossa região seus novos lares.

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