Esporte

Hercílio Luz completa 95 anos neste domingo

Em comemoração, o ex-jogador e campeão estadual pelo Leão, Ernesto, relembra a história do clube de coração

Foto: Divulgação/Notisul

Foto: Divulgação/Notisul

O Hercílio Luz completa, neste domingo, mais um aniversário. São 95 anos de história no futebol regional e estadual. E ninguém melhor para falar de uma história do que quem vivenciou. Aos 74 anos, o ex-jogador Ernesto Hülse, que conquistou diversos títulos pelo clube, entre eles o estadual de 1957, onde marcou os dois gols do título, compara a sua época com os dias atuais, e se emociona.
 
“Joguei no Hercílio desde os meus 15 anos. Eu saí do Grêmio e vim para o Leão. Fiquei lá quatro anos. Depois saí, fui para Blumenau, joguei em outros clubes. Naquela época, tínhamos que ter um emprego e jogar futebol. Era assim em todos os lugares”, relembra Ernesto.
 
O ex-jogador lembra a rivalidade com o Ferroviário, hoje Atlético Tubarão. “Era muito grande a rivalidade mesmo. As pessoas eram apaixonadas de mais pelo clube e uma porção de vezes brigavam por causa disso. Lembro que os jogadores de lá não cruzavam o trilho do trem para o nosso lado, e nós não íamos para o lado deles. De vez em quando, para namorar alguma menina, a gente até ia escondido, mas sempre tomando cuidado”, conta Ernesto.
 
Sobre a situação atual do clube, Ernesto destaca que acredita em uma base forte. “A gurizada precisa jogar. E os pais têm que incentivar e vir ajudar, como era antigamente. O Hercílio Luz de antes era uma irmandade, uma união. É o que falta hoje, isso é o que eu acredito. Juvenil e veterano atuando juntos”, indica Ernesto.
 
Leão batalha para quitar as dívidas

Segundo o Jornal Notisul, desde o início do ano, quando foram abertas as dívidas do Hercílio Luz pela diretoria, o clube tem trabalhado como pode para quitar os saldos e limpar o nome na justiça. A dívida neste ano chegou a quase R$ 900 mil. O presidente Alexandre Moraes destaca que 2013 foi um ano importante nessa luta. 

“Em fevereiro, quando abrimos as contas, a dívida era em torno de R$ 650 mil. Em razão das dívidas trabalhistas, a dívida chegou perto de R$ 900 mil. E hoje conseguimos trazer novamente para perto de R$ 600 mil”, informa o presidente.

Alexandre também destaca que a organização interna da parte administrativa permitiu controlar as contas. “A organização financeira, antes era inexistente e hoje temos já o básico que uma empresa precisa ter. Enfrentamos protestos, cheques sem fundo e 35 ações trabalhistas do passado. Hoje, temos somente dez ações. As demais já foram solucionadas. Desse número, sete estão de acordo firmado e cumprido. As outras três negociamos. Pretendemos, entre três ou quatro meses, equacionar essas contas”, revela o dirigente.
 
Uma nova forma de administrar

Um dos pontos que levou o clube a grandes dificuldades durante a competição da Divisão Especial do Campeonato Catarinense deste ano foi as questões que envolviam a empresa Janela do Futebol, responsável pelo pagamento de uma parcela dos custos do time profissional, e que não cumpriu a sua parte no papel. O presidente do Leão, Alexandre Moraes, destaca que o modelo de parceria não será mais utilizado no clube. “Desconfiava dessa fórmula e, pela experiência desse ano, conclui que esse tipo de negócio não é o caminho. Vamos, muito provavelmente, fazer parcerias com outros clubes. Isso é possível e estamos em um caminho bem traçado para que ocorra. Mas, parceria entre clube e empresário nesse modelo de gestão não funciona e, enquanto eu for presidente do Hercílio Luz, não faremos mais”, garante Alexandre.

O modelo de parceria com outros clubes seria de empréstimos e intercâmbio de jogadores a partir de uma base consolidada, que é o grande desafio para o próximo ano. “Acredito que teremos algo a oferecer e de maior visibilidade, que são os nossos talentos jovens da região. Aí a parceria seguiria no sentido de intercâmbio de atletas”, explica o presidente.