Economia

Instalação de fábrica de fertilizantes fica mais distante de Içara

Foto: Rafael Cardoso/Clicatribuna

Foto: Rafael Cardoso/Clicatribuna

É cada vez menos provável a instalação da fábrica de fertilizantes a partir do carvão mineral em Içara. Políticos e técnicos participaram reunião de quatro horas que só se encerrou no fim da noite de quarta-feira, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, na sede da TransGas, a empresa norte-americana que lidera o consórcio para a construção da unidade. No encontro, o presidente do grupo, Adam Victor, frisou que ainda faltam pontos a serem acertados para que o projeto saia do papel.

Entre esses pontos estão a garantia de que haverá um comprador e a exigência de um terreno de 100 hectares, em local plano e de fácil acesso para receber carvão e escoar a produção de fertilizantes. A primeira necessidade já estava quase acertada, mas o grupo que compraria recuou e outra empresa interessada surgiu, com o desejo de que o empreendimento fosse no Rio Grande do Sul. O estado vizinho tem a maior reserva de carvão mineral do país.

Quanto ao terreno, a TransGas exige ainda que a população não se coloque contra a instalação da fábrica e que a mina que fornecerá o carvão esteja com as licenças ambientais garantidas.  “Os alemães (das empresas ThyssenKrupp e Linde) que detêm a tecnologia da produção de fertilizantes através da gaseificação do carvão só irão para Santa Catarina se essas questões estiverem superadas”, disse Victor. Além disso, quanto mais próxima do Porto de Imbituba, menores serão os custos para escoar a produção, segundo Victor. Isso favorece municípios de Imbituba e arredores.

Participaram da reunião o vice-governador, Eduardo Moreira (PMDB), o vice-prefeito de Içara, Sandro Giassi Serafin (PMDB), o presidente da Associação Brasileira do Carvão Mineral (ABCM), Fernando Zancan, e Ricardo Lacerda, técnico da Secretaria de Estado da Fazenda. O presidente da TransGas manifestou o desejo de levar o empreendimento a Içara, mas agora outras cidades aparecem como favoritas.

Políticos engajados para trazer fábrica

O vice-governador disse que, ao retornar para Santa Catarina, conversará com o governador, Raimundo Colombo (PSD), e com outros membros do Governo para estabelecer um grupo de trabalho que semanalmente irá se reunir de modo a avançar neste processo. “A possibilidade de recebermos este empreendimento ainda é muito grande, por isso, vamos nos empenhar ao máximo”, destacou Moreira.

Já o vice-prefeito, que participou da reunião, pretende trabalhar para manter a intenção do grupo em fazer a instalação em Içara. Quando voltar a Içara, na semana que vem, trabalhará para regularizar mina envolvida na negociação e buscará criar uma atmosfera receptiva. “Ainda não perdemos essa batalha e de minha parte farei o que estiver ao meu alcance para que nosso município receba esse vultoso investimento”, destacou Sandro Serafin, que passa a acompanhar as tratativas de perto.

Prefeito mais cauteloso

O prefeito de Içara, Murialdo Canto Gastaldon (PT), conversou rapidamente por telefone com o vice após a reunião. Ele diz torcer para que os planos de instalação sejam concretizados, mas não se preocupa com a possibilidade de Içara perder a preferência. “Nunca fomos atrás disso, eles que nos procuraram”, lembra. O petista também se mostra cauteloso com as intenções do grupo, uma vez que passaram a exigir um terreno de 100 hectares, que ele estima valer aproximadamente R$ 12 milhões, que equivalem a 0,2% do investimento total, previsto em R$ 5,5 bilhões. A exigência não existia quando o grupo fez os primeiros contatos.

Com informações do Portal Clicatribuna