Foto: Lucas Colombo/Clicatribuna
Os trabalhadores em transportes rodoviários de carga e passageiros de Criciúma e região deflagraram estado de greve em assembleia geral nessa terça-feira à noite. Isso significa que os serviços serão mantidos ao menos por esta semana. Agora, os funcionários aguardam uma nova proposta até sexta-feira. Depois, com ou sem proposta, eles se reúnem novamente na semana que vem para decidir pela paralisação imediata das atividades ou para dar fim ao estado de greve.
Conforme o site Clicatribuna, a decisão foi tomada em assembleia geral tumultuada realizada ontem na sede do Sindicato dos Ceramistas. A intenção do sindicato era que apenas funcionários da Expresso Coletivo Forquilhinha participassem da reunião, que tratou exclusivamente da negociação dessa empresa.
Mas colaboradores da Critur e da ZTL também compareceram. Como o edital de convocação chamava a todos os trabalhadores, o procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT), Luciano Leivas, orientou a direção do sindicato a permitir a entrada de todos. “O Ministério Público do Trabalho não está direcionando qualquer deliberação por parte dos trabalhadores para a aprovação ou para a rejeição da proposta. Apenas está garantindo que a assembleia decida de forma soberana e democrática”, ressaltou Leivas.
Ao fim, por maioria de votos, os trabalhadores, incluindo os de outras empresas, rejeitaram a proposta apresentada. Os do lado esquerdo do auditório, onde estavam motoristas e cobradores, votaram pela rejeição. Os do lado direito, composto por funcionários que exercem outras funções, votaram pela aprovação.
Trabalhadores dizem que não são ouvidos
O Sindicato Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Carga e Passageiros de Criciúma e Região argumenta que a negociação com a Critur e ZTL já foi realizada. Funcionários dessas empresas, contudo, reclamam que não foram consultados. De acordo com o MPT, já há ações judiciais tramitando contra o sindicato por aprovar acordos sem consulta aos trabalhadores. O órgão que representa oficialmente a classe laboral garante que as assembleias estão sendo realizadas e de forma transparente.
A proposta mais recente da Expresso Coletivo Forquilhinha previa de um reajuste de aproximadamente 8,3% no salário base dos motoristas, além de aumentos no vale-alimentação e na gratificação, com validade a partir de agosto. Para os cobradores, o reajuste no salário base seria de 9,8%, mesmo percentual que já havia sido ofertado na negociação anterior. Os trabalhadores reivindicam um reajuste de 15%.
De acordo com o advogado do Sindicato Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Carga e Passageiros de Criciúma e Região, Edulberto Bergmann, caso a categoria decida pela greve, ela poderá ter início imediatamente após a próxima assembleia. “O Poder Judiciário, se provocado, pode determinar que haja uma prestação mínima do serviço, já que se trata de uma atividade essencial”, esclarece.