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Novos advogados buscam espaço no mercado de trabalho

Cerca de 500 jovens advogados fazem parte da subseção criciumense da OAB. Em 2013 foram entregues 125 novas carteiras

Foto: Samira Pereira

Foto: Samira Pereira

Entrar no mercado de trabalho é uma tarefa difícil em qualquer profissão. No entanto, algumas, mais do que as outras, enfrentam a realidade de uma forte concorrência. É isso o que acontece com os jovens advogados que saem da faculdade em busca da realização profissional. Após serem aprovados no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), os então estudantes têm a autorização para começar a advogar. Esse início, que tende a ser difícil e trabalhoso, promete ser o percussor de bons momentos e de grande satisfação.

De acordo com a presidente da subcomissão do Jovem Advogado da OAB Criciúma, Cintia Buzzanello, dos 1500 profissionais que estão inscritos na subseção criciumense (que compreende 10 municípios), cerca de 500 são considerados jovens advogados, ou seja, têm menos de cinco anos de carreira. “Somente no ano passado, 125 novos advogados entraram no mercado. A principal dificuldade está aí. Muitos já saem da faculdade sem recursos financeiros, e é difícil montar o escritório próprio, sozinho. A maior parte dos processos só é recebida no êxito, depois de dois, três, cinco anos correndo na Justiça”, pontua Cintia.

Começar a carreira há pouco tempo, no entanto, também tem suas vantagens. De acordo com a presidente da subcomissão, uma das mais significativas é a atualização profissional. “Muitas vezes, os mais antigos usam a mesma sistemática, são condicionados a uma única maneira de trabalhar. Os jovens, pelo contrário. Eles têm mais gás, mais facilidade em lidar com a tecnologia, o que representa muito, visto que agora trabalhamos com peticionamento eletrônico”, coloca ela.

Conforme o presidente da subseção criciumense da OAB, Luiz Fernando Michalak, a Ordem atua com 27 subcomissões, e uma delas é a do Jovem Advogado. A intenção, além de lutar pelas prerrogativas dos novos profissionais, é auxiliar a fortalecer e solidificar a carreira. “Assim que eles recebem a carteira, providenciamos um workshop para auxiliar neste início, mostrar a estrutura da Ordem e o que pode ser utilizado durante o trabalho. Estamos aqui para facilitar a entrada no mercado e ajudá-los a tornarem-se referência na área que escolheram atuar”, enfatiza Michalak.

Pouca idade não representa falta de conhecimento

A advogada Clarissa Medeiros Cechella Backes pegou a carteira da Ordem em janeiro deste ano. Desde então, vem trabalhando em um escritório com mais sete advogados. Desta forma, conta ela, fica mais fácil de iniciar a carreira. “São mais profissionais, o cliente tem mais confiança”, aponta. Assim como Clarissa, o jovem advogado Vitor Hugo Mendes de Oliveira, que pegou a carteira em 2010, aponta que iniciar um escritório sozinho é uma das partes mais difíceis. “Existe bastante concorrência. É claro que há mercado para todos, e que se fizer um trabalho bom, será reconhecido na área. Mas o escritório de advocacia é um comércio, você tem que conquistar os clientes aos poucos e mostrar que tem qualidade para ficar”, enfatiza.

Renato Carminati Brogni acrescenta, ainda, a questão da idade. “Dependendo da área, o cliente não se sente completamente seguro. Acredita que o profissional não está apto para pegar a causa, mas depois de duas ou três consultas percebe que pode confiar no jovem advogado”, ressalta.

De acordo com Michalak, essa é uma constante, mas que vai sendo mudada aos poucos, à medida que o profissional mostra o quanto está pronto para lutar pelo seu cliente. “O início de qualquer profissão é difícil, e com a advocacia não seria diferente. O advogado tem que mostrar que está apto para desenvolver a função. Por mais trabalhoso que seja este começo, o Direito reserva uma série de alegrias e reconhecimento ao profissional. Com certeza todo esforço é válido para ajudar a sociedade a se desenvolver e aos cidadãos a conquistarem seus direitos”, comenta o presidente da subseção.  

Colaboração: Samira Pereira/Ápice Comunicação