Economia

O PIB da região Sul

Foto: Divulgação

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Compilando os dados do PIB catarinense de 2011 (IBGE 2013),  encontramos informações bem interessantes, principalmente ao pinçarmos os dados do sul catarinense.

Somos quarenta e cinco municípios entre os 295 do estado, agrupados em 3 microregiões: Amesc, Amrec e Amurel.

Somamos 952 mil habitantes e 708 mil eleitores, aproximadamente 15% dos catarinenses, assim distribuídos: 21% na Amesc, 37% na Amurel e 42% na Amrec.
Ao compararmos estes números com os números do PIB, observamos que eles não se repetem de forma proporcional.

O PIB da região totalizou R$ 18,17 bilhões em 2011, o que significa que dividimos apenas 10,75% da riqueza estadual; uma defasagem de 4,25%, ou seja R$ 7,18 bilhões de reais em números absolutos.

Nossa fatia é inferior a de Joinville com R$ 18,79 bilhões; Itajaí com R$ 18,59 bilhões e pouco ultrapassamos a soma de Blumenau e Jaraguá do Sul com R$ 16,32 bilhões. Todos ao norte da capital.

Criciúma desponta em primeiro lugar na região sul com R$ 4,10 bilhões, mas é apenas o nono colocado no ranking estadual, superada ainda por Florianópolis (R$ 11,43), São José (R$ 5,23), Chapecó (R$ 4,50) e São Francisco do Sul (R$ 4,34).

Tubarão aparece em segundo lugar na região sul e é o décimo quarto colocado no estado, seguido por Içara e Araranguá, na vigésima sétima e vigésima oitava colocação respectivamente. Completando o “Top Five”, está Imbituba na trigésima terceira colocação estadual.

Como a economia tem estreita relação com a administração pública e a representação política, faz-se necessário esta comparação em termos de representação parlamentar na região. Proporcionalmente, temos a possibilidade de eleger de 7 a 8 deputados estaduais e de 2 a 3 deputados federais. Em termos de quantidade estamos dentro do quadro, atualmente com 8 estaduais e 3 federais, eleitos em 2010.

Depreendem-se destes números, informações que merecem algumas reflexões, haja vista que a região tem uma boa distribuição e densidade demográfica, com solo rico e uma agricultura diversificada; um extenso litoral e contando ainda com um grande potencial turístico.

Nossa economia está aquém das potencialidades da região e, pela frieza dos números, percebe-se  a necessidade de muito planejamento e maior qualificação tanto no setor privado quanto na Administração Pública.

Para atrair investidores e investimentos, a representação política deve atuar mais no conjunto da sociedade, na busca do desenvolvimento econômico e social, desvinculado-se da prática patrimonialista de distribuição de emendas e subvenções aos apadrinhados.

A Gestão Social com planejamento e políticas públicas produzem resultados perenes, enquanto que as práticas patrimonialistas visam manter o “patrimônio eleitoral” dos que detêm mandatos, pouco contribuindo para o desenvolvimento desejado.

Esta reflexão não deve ser encarada como uma “caça às bruxas”, pois todos temos contribuído para estes resultados pífios. O momento é propício para mudanças e espera-se que tenhamos competência para mudar nossa realidade regional, pois a mudança que desejamos deve começar por nós.

Colaboração: Benedito Possamai/Consultor de Políticas Públicas