Segurança

Oito são condenados por tráfico em Tubarão

Foto: Divulgação/Diário do Sul

Foto: Divulgação/Diário do Sul

Com 53 volumes e cerca de 9.100 folhas para análise, uma dos maiores processos já tramitados na 1º vara criminal de Tubarão teve sentença proferida na sexta-feira. A sentença, com 669 páginas, assinada pelo juiz Elleston Lissandro Canali, trata de um inquérito sobre o comércio de drogas no Beco do Quilinho e no Morro da Caixa, que envolvia 11 pessoas denunciadas. Destas, oito foram condenadas e três foram absolvidas.

O inquérito era analisado desde 2012, após uma investigação feita pela Divisão de Investigação Criminal (DIC). A condenação dos oito denunciados soma um valor aproximado de 77 anos. Entre as maiores condenações está a de Reginaldo de Moraes Rosseti, o “Magrão”, 28 anos, apontado como membro do Primeiro Grupo Catarinense (PGC). 

Magrão foi preso em Laguna e é assinalado com a “chefia” no grupo. Ele foi condenado por tráfico e associação para o tráfico, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Magrão está preso desde 2012. “É um quebra-cabeças gigante, que fomos juntando as partes. Foi um trabalho bastante exaustivo”, fala Elleston, após condenação dos envolvidos. 

Com a segunda maior condenação aparece a companheira de Magrão, Helen Camila Zeferino de 23 anos. Ela foi condenada por tráfico e associação para o tráfico, além de lavagem de dinheiro, com pena de 17 anos de reclusão. Segundo o juiz, após a prisão de Magrão, ela teria assumido o crime de tráfico. 

A terceira maior condenação é do jovem Lucas da Silva Manoel, de 24 anos, que seria o “braço direito” de Magrão. Ele foi condenado a 12 anos de reclusão. Conforme o juiz, Lucas era o responsável por adquirir a droga e comercializá-la, bem como pela contratação de pessoas para fazer o fracionamento e embalar da droga. 

Os demais condenados (veja no box) tiveram condenações variadas entre três e dois anos, e teriam se envolvido para “ganhar dinheiro fácil”, conforme o juiz. Já a mãe de Magrão, Solange de Moraes Rossetti, de 49 anos, foi condenada por lavagem de dinheiro. Solange e os outros seis condenados terão direito a penas substituídas. 

De acordo com o jornal Diário do Sul, entre os condenados, três pessoas tinham papéis diferenciados. Emanuel Máximo da Silva Ribeiro era o responsável por guardar o dinheiro de Magrão e Helen. “Ele recebia uma espécie de salário para ficar com o dinheiro do casal. Quando eles precisavam, acionavam o Emanuel e ele os atendia”, revela o juiz. 

Já Karen Leandro Anselmo, de 25 anos, era namorada de Lucas. Ela emprestava sua conta bancária para o namorado, que seria um dos braços direitos de Magrão. A jovem e o namorado haviam alugado um apartamento no bairro Dehon, local onde teriam sido apreendidas 28 mil pedras de crack, além de 1,7 quilo de maconha, R$ 1.200 e uma balança de precisão, em outubro de 2012.

Tráfico de drogas – Condenações e absolvições
 
– Reginaldo de Moraes Rossetti, de 28 anos, o Magrão, foi considerado chefe do grupo, mentor intelectual do complexo esquema de exploração do tráfico no Beco do Quilinho e, por isso, integrante do Primeiro Grupo Catarinense (PGC) com posição de destaque. Ele foi condenado a 36 anos, nove meses e nove dias de reclusão.

– Helen Camila Zeferino, de 23 anos, é companheira de Reginaldo e evidenciou sua participação a partir do momento em que ele foi preso, assumindo parte das responsabilidades na gerência dos negócios criminosos da família. Ela recebeu sentença de 17 anos, sete meses e 12 dias de reclusão. 

-Solange de Moraes Rossetti, de 49 anos, é mãe de Reginaldo. Ela auxiliou o filho a mascarar suas atividades criminosas, colaborando para que ele tivesse seu patrimônio a salvo da ação das autoridades na repressão ao tráfico. Solange foi condenada a três anos pelo crime de lavagem de dinheiro. 

– Lucas da Silva Manoel, de 24 anos, atuava como verdadeiro “braço direito” do chefe da associação criminosa. Trabalhava tanto na compra quanto na venda de drogas, além de emprestar seu nome e simular, com sua namorada, serem estudantes universitários para alugar apartamento para a preparação do produto. Lucas foi sentenciado a 12 anos, dois meses e 27 dias de reclusão. 

– Karen Leandro Anselmo, de 25 anos, namorada de Lucas, ajudava a alugar apartamento em área acadêmica, para ser usado pelo grupo. Ela também acompanhava Lucas em viagens para adquirir entorpecentes e permitia que ele usasse sua conta bancária para movimentações financeiras. A sentença foi de dois anos e três meses. 

– Emanuel Máximo da Silva Ribeiro guardava o dinheiro proveniente do tráfico para Reginaldo e Helen, funcionando como uma espécie de banco. Para isso, recebia remuneração mensal. Ele recebeu a pena de dois anos e três meses por associação para o tráfico. 

– Bruno Damian de Lima, de 24 anos, foi contratado para fracionar e embalar as drogas apreendidas no apartamento do bairro Dehon, sendo sentenciado a dois anos, nove meses e 10 dias de reclusão. 

– Rodrigo Soares Corrêa, de 28 anos, também foi contratado para fracionar e embalar as drogas apreendidas no apartamento do bairro Dehon, sendo sentenciado a dois anos, nove meses e 10 dias de reclusão. 

– Jonathan Torres Alves, de 27 anos, sem cálculo de pena, tendo em vista desclassificação do crime de tráfico para o delito de posse de substância entorpecente para uso próprio. 

– Jonathan Philippi Kunz, de 26 anos, sem cálculo de pena, tendo em vista desclassificação do crime de tráfico para o delito de posse de substância entorpecente para uso próprio.

– Luana Vieira, de 31 anos, foi absolvida dos crimes de associação para o tráfico e de quadrilha.