Esporte

Oscar Schmidt: exemplo e perseverança

Ídolo do basquete brasileiro e, agora, palestrante, mantém a mesma fórmula da época de jogador com foco nos treinos.

Foto: Portal DNSul

Foto: Portal DNSul

Quando chamado de “mão santa” – o famoso apelido que o identifica – Oscar Schmidt logo rebate: “Treino. Muito treino”. Esse é o lema do ídolo do basquete brasileiro: foco no treinamento. Mais de uma década depois de parar de jogar profissionalmente, ele continua praticando, mas agora com palestras.

“Você acha que é simples subir no palco e agradar mil pessoas. Não é simples. Tem que ser bom no negócio, tem que treinar. Eu acredito no treinamento, em qualquer atividade. Com treinamento você supera qualquer tipo de obstáculo. É isso que eu faço nas palestras”, explica.

Ele estreou nos palcos sem querer, quando ainda jogava, e vem se aperfeiçoando com o tempo. O próprio Oscar admite que no início as palestras eram muito ruins. “Quando eu estava indo para o final da carreira, em uma segunda-feira, que era o dia mais provável de eu ter livre, eu acabava indo falar para funcionários de empresas e ganhava um dinheirinho com isso. Então, pensei: pode ser a oportunidade que eu tenha. Eu morria de vergonha de fazer palestra e no início era ruim mesmo: uma porcaria de palestra, mas fui insistindo e foi dando certo. Alguns anos atrás, quando eu não consegui mais melhorar, pedi ajuda para o João Cordeiro e produzimos três palestras novas”, conta.

O tema da palestra: Desafio e Superação conta histórias de sucesso, mas ele destaca que a forma como conduziu a carreira, não é a única para se obter triunfos. “Primeiro: eu fui a pessoa que mais treinou no planeta, em qualquer esporte. Isso não é simples. É doido – hoje me dói o corpo todo – faz mal para a saúde você fazer algo desse tipo. Fazer de vez em quando é simples. A vida toda é muito difícil. Não é isso que eu quero que as pessoas façam. Elas não precisam fazer o que eu fiz para ter sucesso. Elas podem ter sucesso de outra maneira. Eu vou falar o que eu fiz, de maneira engraçada. Eu tenho orgulho danado de ter treinado muito porque eu gostava de fazer isso. A minha vida foi uma história bonita que eu conto na palestra”, relatou o agora palestrante, ontem, em entrevista coletiva, horas antes de subir ao palco do Siso’s Hall, em Criciúma.

Ele já foi o palestrante mais lembrado do Brasil em três anos, conforme o Top Of Mind, e quer mais. “Meu objetivo é ganhar o Top Of Mind todos os anos, fui indicado em quatro anos e ganhei três. Meu negócio hoje é fazer palestra. Estou me divertindo muito com isso e ganhando dinheiro também, não sabia que daria tão certo”, relatou.

Triste com o basquete brasileiro

A crise na Confederação Brasileira de Basquete (CBB) deixa o ex-jogador chateado e triste com a situação. “Eu acho que a CBB já devia ter sido interditada há muito tempo. Agora, se eu falo: sou o brigão, o nervosão. Ainda bem que foi a Fiba porque todo mundo enxerga. Eu estava até quieto porque não adianta falar”, enfatizou.

A derrota sofrida nas olimpíadas, para a Argentina, também frustrou o ídolo. “Doeu. Tem coisas que o técnico não precisa falar: fazer falta, pegar rebote, fazer bloqueio pra pegar rebote. Isso é básico que o atleta tem que saber e a derrota para a Argentina foi em cima disso. Ninguém fazia falta”, destacou Oscar.

Schmidt garante não ter como objetivo ser técnico da seleção brasileira de basquete. “Não está nos meus planos, por enquanto não, minha vida está boa assim. O técnico é o cara que tem mais importância numa equipe. Ele pensa 24 horas por dia na atividade dele. Sendo palestrante, ele não conseguiria isso”, disse.

Estado de saúde é bom

Após superar o tumor no cérebro, descoberto em 2011, Oscar diz que a saúde está boa. “Para resumir, um dia o médico me chamou e disse: “eu tenho que te dar parabéns, nunca vi a tua ressonância tão boa. Tá melhor do que nunca”. Então, eu estou muito feliz por isso. Se alguém rezou por mim, pode continuar, porque pode voltar”, completou aos risos.

Tragédia com a Chape comove o ídolo

O acidente que vitimou 71 pessoas no voo da Chapecoense, de acordo com Oscar, é a pior situação que poderia ter acontecido a uma pessoa. “Se colocar aqui, eu vou me emocionar, como, creio, todos vocês. É algo muito triste que deve servir de lição. Espero que se aprenda com essa tragédia”, finalizou.

Com informações do Portal DNSul