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Persistência e amor mudaram o destino do pequeno Natanael

Foto: Ascom Laguna

Foto: Ascom Laguna

O portão não está mais chaveado. Os risos ecoam pela comunidade de Parobé, vindos da Escola de Educação Básica Agrícola Índio Guimarães. No pátio, as crianças correm de seres imaginários entre uma descida no escorregador e brincadeiras no balanço. Um nome é aclamado pelos pequenos que estão no recreio: “Natanael vem brincar comigo”. Eles adoram se divertir com o colega e clamam por sua atenção. 

Diferente de meses atrás, quando chorava para ir embora, os educadores ficavam receosos que ele fugisse, nem participava das atividades escolares. O que fez a diferença? O amor. Pais, professores e gestores decidiram que Natanael Santos Lopes seria integrado ao ambiente escolar e uniram forças, acompanhadas de paciência e persistência. 

Hoje ele lê, aos 7 anos como toda criança em idade escolar, adora jogos de raciocínio e teatro. Descobriu o dom de contar piadas e histórias.

Natanael tem hiperplasia congênita, que prejudicou o desenvolvimento normais dos seus hormônios, inclusive, o crescimento, o garoto é considerado alto para a sua idade. Teve mais de três paradas cardíacas ao nascer. Com medicamentos, a síndrome está controlada e sua vida segue normal. 

Teatro 

Dramatizar é com ele, adora teatro e transforma as histórias em encenação. Matemática é craque, contas são seu passatempo predileto. A professora Kelly Regina Alfonso conta sobre a técnica da tabela do comportamento, que funcionou com o aluno especial. “Todos os dias, no final da aula, cada criança avalia seu comportamento, conforme, recebe uma carinha feliz, ou triste ao lado da sua foto na tabela”, explica. Lógico, que Natanael prefere o rosto feliz. 

“Ele é muito esperto, gosta de participar de tudo”, completa a professora auxiliar Beatriz Dozol, responsável em contribuir nas atividades. 

Assim como Natanael, outras crianças são atendidas através do projeto professor auxiliar, onde um educador fica ao seu lado na sala de aula. Antes, os pequenos passaram por exames clínicos para um diagnóstico.

O objetivo, de acordo com Jacqueline Oliveira, do departamento de Educação Inclusiva, da Secretaria de Educação, é dar maior apoio, organização e a oferta do Atendimento Especializado, prestado aos estudantes com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e superdotado matriculados em classes comuns do ensino regular, para assegurar condições de acesso, participação e aprendizagem. Hoje são atendidos mais de 20 crianças. 

Salas de recursos multifuncionais 

A partir de 2014, na rede pública de ensino teve início a implantação do Atendimento Educacional Especializado, destinado aos alunos com algum tipo de dificuldade no aprendizado.

Nesta primeira etapa, três unidades de ensino, com maior número de crianças especiais, têm o espaço. Estão no Caic (Portinho), Iracy Virgínia Rodrigues (Barranceira) e o Centro de Educação Infantil Laureni Vieira de Souza (Vila Vitória). Um pedagogo atende as crianças em horários diferenciados. O espaço do Atendimento foi equipada com computadores, material didático e brinquedos pedagógicos fornecidos pelo Ministério da Educação, chamadas salas de recursos multifuncionais. 

Para o próximo ano, duas novas salas serão montadas. Uma na escola Custódio Floriano de Córdova (Passagem da Barra) e outra no Armando Calil Bulos (Estreito). 

Inclusão é lei 

A LDB (Lei de Diretrizes e Bases), uma lei criada no ano de 1996, defende uma educação especial inserida no sistema regular de ensino. O artigo 58 dessa mesma lei cita como o conceito de educação especial: “entende-se por educação especial para os efeitos dessa lei, a modalidade de educação escolar, oferecido preferencialmente na rede regular de ensino para educandos portadores de necessidades especiais”.