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Pescadores esperam pelo frio para a chegada da Tainha

Fotos: Mayra Lima

Fotos: Mayra Lima

“O movimento ainda está fraco”, afirma o pescador Robson José de Oliveira. No último final de semana, ele e seus parceiros conseguiram pescar algumas tainhotas, entretanto, a safra vai crescer mais para o final do mês de abril. “O vento sul chegando, nossas tainhas começam a aparecer”, conta o pescador que costuma pescar nos Molhes da Barra. Os nativos pescadores costumam dizer que o peixe chega no terceiro vento sul forte mais frio.

É quando o tempo esfria que os cardumes vêm em busca de águas mais quentes. Os pontos de partida são o litoral do Rio Grande do Sul e a bacia do Rio da Prata, entre Uruguai e Argentina, grandes berçários do peixe. Mais de 50% dos cardumes acabam nas redes dos pescadores catarinenses.

Segundo o secretário da pesca, José Carlos Mendes Neto, a expectativa para a chegada da época mais farta de peixes do município é grande entre os que vivem da prática. “O nosso verão foi forte relacionado a pesca do peixe parati, entretanto, nada é comparado à temporada da tainha, que é um dos principais elementos da economia lagunense”, conta o secretário.

Em Laguna, a tainha é pescada em tarrafas nas encostas, nas praias e nos Molhes, com auxílio dos botos. Na região do Farol de Santa Marta a captura se faz através de arrastão, com o cerco do cardume feito pelos barcos, onde um olheiro pescador visualiza os peixes do alto das encostas.

As tainhas são vistas em cardumes, pois é uma característica da fecundação, onde as fêmeas lançam os óvulos no mar e estes se encontram com os espermas por acaso, e por isso elas nadam tão juntas.

O pescador Robson José está no aguardo da liberação e da vinda das tainhas. “São elas que garantem nossa época maior de vendas. Estamos preparados para a chegada delas, nossas redes estão prontas e ansiosas”, brinca Robson.

Defeso acaba em maio

A abertura para a pesca da tainha na região está marcada para o dia 15 de maio. Entretanto, existe um pedido entre os pescadores para a antecipação desta data. De acordo com a superintendência do Ministério da Pesca e da Aquicultura em Santa Catarina, a decisão está em Brasília, mas não há nada concreto sobre a antecipação do término do defeso.

Segundo o pescador Lourencio Valério Batista, o adiantamento traz uma vantagem aos que dependem da prática. “Acredito que antes da data prevista as tainhas já possam ser pescadas. Será uma grande conquista já que dependemos da abertura do defeso para garantir nossa pescaria”, conta.