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Relatório da Fiesc aponta degradação da BR-101 entre SC e RS

Foto: Ricardo Saporiti

Foto: Ricardo Saporiti

Cinco anos após a conclusão da duplicação dos primeiros lotes do trecho Sul da BR-101, a rodovia precisa com urgência de obras de conservação e melhoramentos. Segundo análise feita pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), são necessárias, entre outras ações, reforços e alargamentos de pontes, recomposição de pavimentos, construção de passarelas e viadutos, substituições de defensas metálicas, ativação de sistemas de iluminação e conservação da faixa de domínio. O estudo foi apresentado nesta sexta-feira, dia 18, durante reunião da Diretoria da Federação, em Florianópolis.

"O trabalho mostra que a deterioração progressiva de lotes recentemente duplicados compromete os R$ 2 bilhões investidos pelo governo nas obras desde 2004", afirma o presidente da FIESC, Glauco José Côrte. Ele acrescenta que uma rodovia com manutenção adequada aumenta a segurança dos usuários e reduz o preço dos fretes.

Côrte lembra também da Ponte Cavalcanti, em Tubarão, que ainda não está contratada e pode se transformar num gargalo. "O primeiro estudo da FIESC sobre a rodovia, em 2009, já chamava atenção para o fato de a ponte não estar contemplada em nenhum contrato de duplicação. Passados todos esses anos, a situação é a mesma", lembra. "Corremos o risco de terminar as demais obras e termos um ponto de estrangulamento que seguirá prejudicando o Sul de Santa Catarina", diz.

A partir da constatação da gravidade da degradação já em curso, o estudo levanta a questão da necessidade de buscar medidas urgentes para assegurar o início dos trabalhos de melhoramentos e conservação permanente. Conforme o engenheiro Ricardo Saporiti, autor do trabalho, feito com o apoio do CREA/SC, entre as alternativas estão a inclusão do trecho no Programa de Investimento em Logística (PIL) e nas consultas PMIs – Propostas de Manifestação de Interesse, do Ministério dos Transportes. Outra opção seria antecipar a concessão dos 307 quilômetros entre Paulo Lopes e Osório (RS) à iniciativa privada, que já mantém os demais 859 quilômetros do corredor São PauloPorto Alegre.

O estudo ressalta que devem ser observadas, entre outras questões, as condições de eficiência, conforto, segurança, fluidez do tráfego e modicidade das tarifas cobradas. Também deve ser assegurada a assistência permanente aos usuários da rodovia, por intermédio de serviços de atendimento pré-hospitalar e mecânico.

O trabalho indica que para cada US$ 1 não investido em manutenção, US$ 2,50 serão necessários para restauração da rodovia. Outro estudo, elaborado pela Unisul no ano passado, mostra que a região deixou de gerar, até o fim de 2012, R$ 32,7 bilhões devido a perda de competitividade e o custo econômico gerados pela mobilidade precária.

Colaboração: Fábio Almeida/Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc)